Artistas e instituições musicais lamentam a morte do pianista Nelson Freire

Desde a manhã desta segunda-feira, dia 1º, artistas e instituições musicais brasileiras têm lamentado a morte do pianista Nelson Freire, aos 77 anos.

“Faleceu, na madrugada de hoje, um dos maiores pianistas de todos os tempos, Nelson Freire. Mineiro, de Boa Esperança, onde tivemos a grata oportunidade de celebrar seus 70 anos em memorável concerto com a Filarmônica de Minas Gerais, Nelson Freire era um dos mais queridos e frequentes colaboradores e apoiadores da nossa orquestra. Sua musicalidade ímpar o distinguiu no cenário da música clássica internacional, celebrado que foi em todo o mundo pela hipnotizante maneira com que se utilizava de seu melhor amigo, o piano, para expressar os mais profundos sentimentos, fossem eles de alegria, como nas suas legendárias interpretações de Ravel ou nas inúmeras obras de Villa-Lobos, que tanto ajudou a popularizar, quanto na mágica intimidade sonora que conquistava nas suas leituras de Chopin, Schumann e Beethoven.  Sua identidade artística era uma extensão absoluta de sua própria personalidade: simples, contida, nada presunçosa, vivendo para a sua arte, para o seu público e nada mais. Nelson representou, em toda a sua essência, a antítese do que vemos predominar no cenário musical de hoje. Foi sua música que veio conquistar seus seguidores, seus amigos e admiradores. Sua postura introspectiva nos palcos das maiores salas de concerto de mundo revelavam, através da eloquência de suas mãos, uma carga emocional latente que só os grandes gênios são capazes de traduzir. O mundo perde um de seus grandes pianistas, o Brasil, um de seus maiores Brasileiros.” [Fabio Mechetti, diretor artístico da Filarmônica de Minas Gerais]

"A Fundação Osesp lamenta o falecimento do grande pianista brasileiro, Nelson Freire. Reconhecido internacionalmente como um dos maiores gênios da atualidade no campo das artes, foi um orgulho da música e dos músicos brasileiros. Parceiro e amigo, de sorriso simpático e poucas palavras, mas de convivência fácil, Nelson sempre abrilhantou nossos concertos na Sala São Paulo e em turnês pelo mundo. Sua inspiração ficará eternamente registrada nos corações dos músicos, colaboradores e do público da Osesp." [Fundação Osesp]

“Que semana terrível. Primeiro, Bernard Haitink, e agora Nelson Freire. O mundo fica mais pobre hoje por ter perdido um artista do calibre de Nelson Freire. Um titã do piano e uma pessoa de tal gentileza e humor... Descanse em paz, querido Nelson.” [Neil Thomson, diretor da Filarmônica de Goiás]

"Difícil imaginar o mundo sem Nelson Freire. Ele era a própria essência da música. Parceiro e amigo da Osesp há décadas, fez inúmeros concertos conosco. Tantas vezes vimos o milagre acontecer: ele nunca tocava menos do que lindamente, mas em certos pontos, no decorrer de uma peça, Nelson acendia ­– e era como se aquilo que a gente chama de música fosse deixado para trás. Abriam-se as portas de outro reino da vida. Dá vontade de dizer que é para lá que ele foi. Mas ficará dentro de nós para sempre." [Arthur Nestrovski, diretor artístico da Fundação Osesp]

“Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Nelson Freire. Tive a sorte de trabalhar com ele diversas vezes desde 2002 e de ser seu amigo. Era um homem tranquilo e um grande artista e sua morte é uma enorme perda para a música, seus amigos e o Brasil.” [Ira Levin, maestro e pianista, diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro]

“O mestre se foi. Ele era a Música. O Piano.” [Luis Otávio Santos, violinista]

“Sem palavras para agradecer ao Nelson por tudo que ele fez pela cultura brasileira. Ele faleceu nesta madrugada, estava passando por um período muito difícil, mas eu tinha esperança de que se recuperasse. A última mensagem que me enviou, há algumas semanas, foi: ‘você tem os concertos de Grieg e 1 de Liszt com o Bochino? Foi gravado poucos dias antes do desastre em que perdi meus pais. Tinha 22 anos e passei 50 sem querer ouvi-lo’. Outro dia postei que o Nelson era um tipo de músico que só nascia a cada 100 anos. Na verdade, ele foi absolutamente inigualável. Descanse em paz.” [Alexandre Dias, diretor do Instituto Piano Brasileiro]

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“A morte de nosso querido Nelson Freire nos abalou a todos. Foi um pianista admirado pelo mundo afora e muito amado. Triste perda, mas suas gravações belíssimas ficarão conosco avivando sua memória. Descanse em paz e com muita música.” [Jocy de Oliveira, compositora]

“A Sala Cecília Meireles presta sua homenagem ao grande pianista Nelson Freire, que nos deixou esta madrugada. Um dos maiores nomes da música brasileira, Nelson teve sua trajetória associada à Sala desde a inauguração, em 1965, quando interpretou o Concerto para piano nº 2 de Brahms. Nossos sentimentos aos familiares, amigos e fãs do artista, que encantou o mundo inteiro com sua arte.” [Sala Cecília Meireles]

"Em nome de todos os seus colaboradores, o Theatro Municipal lamenta o falecimento do querido pianista Nelson Freire, um dos mais destacados nomes da música de concerto brasileira em todo o mundo. Freire começou cedo a mostrar seu talento para familiares e público, com seu primeiro concerto feito aos 5 anos de idade. Teve a oportunidade de tocar nas mais importantes salas de música do mundo ao longo de sua carreira. Nelson esteve em nosso palco pela última vez em novembro de 2017, quando tocou obras de Beethoven, um dos compositores que marcaram sua carreira. Uma perda irreparável, mas uma personalidade que será lembrada com carinho e admiração. Aos familiares e amigos, nossos sentimentos e nossa saudade." [Theatro Municipal de São Paulo]

"O piano brasileiro fica órfão. Nos deixa Nelson Freire. Mineiro. Nasceu em Boa Esperança e aos 5 anos fez seu primeiro recital no Teatro Municipal de São João Del Rey. Nunca deixou de estudar. Teve a maior carreira pianística mundial de um brasileiro. Nosso maior gigante se foi. Sua sensibilidade e total entrega ao trabalho diligente sempre nos guia. Nelson, você foi cedo." [Simone Leitão, pianista]

“Hoje, dia de Todos os Santos, faleceu o pianista Nelson Freire. Era de um talento enorme. Eu iria compartilhar uma palestra sobre Beethoven com ele, em Belo Horizonte. Eu falaria e Freire tocaria. A pandemia adiou o encontro. Um vazio enorme no cenário musical. Fico muito triste com nossa crescente solidão.” [Leandro Karnal, historiador]

"Nelson Freire, considerado um dos maiores pianistas brasileiros de todos os tempos, morreu durante a madrugada em sua casa, no Rio de Janeiro. Ícone de gerações de músicos revelou ao mundo sua excepcionalidade, encantando plateias com o seu grande talento. O Theatro Municipal teve a honra de recebê-lo inúmeras vezes. A última delas, uma coprodução entre Dellarte e Fundação Theatro Municipal, no dia 22 de julho de 2018, no espetáculo “Nelson Freire em dois Concertos”, acompanhado pela OSTM, sob a regência de Marcelo Lehninger, com o Theatro lotado foi ovacionado pelo público. Nossos sentimentos aos familiares e amigos. Descanse em paz, artista do mundo." [Theatro Municipal do Rio de Janeiro]

“Recebemos com profundo pesar a notícia do falecimento de um dos maiores orgulhos do Brasil. Nos deixou esta noite o pianista Nelson Freire. Para nós, é uma honra que sua trajetória tenha começado junto à Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 1956, ele venceu, pela primeira vez, o Concurso Jovens Solistas da OSB, dando início a uma brilhante carreira que nos encheria de orgulho e encantaria plateias do mundo todo. Neste dia triste, exaltamos esse ícone da música e agradecemos por cada oportunidade que tivemos de ouvi-lo. Viva Nelson Freire!” [Orquestra Sinfônica Brasileira]

“Nos despedimos no dia de hoje do pianista Nelson Freire, grande ícone da música, que com sua arte engrandeceu o nome do Brasil. Só temos a agradecer por sua brilhante carreira e sua contribuição à humanidade. Gigante da música, estará sempre em nossas memórias.” [Sinfônica de Santo André]

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