Festival Artes Vertentes realiza nova edição com a Água como tema

por Redação CONCERTO 23/11/2020

Com a Água como tema, o Festival Artes Vertentes realiza sua nona edição entre os dias 26 de novembro e 6 de dezembro em Tiradentes, Minas Gerais. A agenda de concertos tem onze apresentações, que serão transmitidas ao vivo da Igreja Nossa Senhora das Mercês pelo YouTube. 

“Era desejo antigo trabalhar o tema da água por meio das linguagens artísticas. E com os fatos que aconteceram no estado de Minas Gerais – a morte de dois ecossistemas importantes num período muito curto –, pareceu-me urgente falar do assunto”, explicou o diretor artístico Gustavo Carvalho em entrevista à Revista CONCERTO. “No início da pandemia, vi que existem diversas intersecções entre o elemento água e o momento de reclusão que a gente está vivendo. Estamos falando de um vírus que requer uma série de cuidados com higiene, em um país em que boa parte da população não tem acesso a água e que no meio de uma pandemia discute um marco do saneamento básico. A água como fator de divisão social é muito presente neste momento. Mantivemos o mote, mas repensamos a programação, adotando a formação máxima de trio, para manter a segurança de todos e garantir o distanciamento também no palco. Algumas exposições programadas não conseguiremos trazer, porque as fronteiras estão fechadas. Assim, esse mote, que é tão urgente, será diluído em 2020 e 2021.”

A programação também homenageia o compositor Almeida Prado pelos seus dez anos de morte; ele terá obras apresentadas em diversos recitais, como no concerto de abertura, no dia 26, que vai reunir a soprano Eliane Coelho, a trompista Alma Liebrecht e os pianistas Cristian Budu e Gustavo Carvalho, diretor artístico do festival. 

“Vamos trabalhar um repertorio que vai de John Dowland aos compositores vivos, com estreias mundiais e peças que se relacionam com a temática da água. Também vamos refletir sobre esse momento de luto que não está podendo ser exercido. Decidimos ter uma homenagem sucinta a Beethoven, porque em 2013 apresentamos a integral das sonatas para violoncelo e para piano. Faremos uma homenagem ao compositor brasileiro Almeida Prado, cujo aniversário de morte [dez anos em novembro], devido à pandemia, não tem a relevância que deveria. É um compositor que conta com uma fase ambientalista, um artista que já falava disso num momento em que poucos tinham essa consciência”, diz Carvalho. “E teremos, ainda, o compositor Roberto Victorio, que vive no Mato Grosso e teve grande vivência com indígenas de etnia bororo. A ideia é começar neste ano um panorama de sua obra.”

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