Programação vai custar R$ 6 milhões, sem a utilização da Lei Rouanet devido a novas regras da Secretaria Especial de Cultura do governo federal
O Festival de Inverno de Campos do Jordão será realizado entre os dias 2 e 31 de julho, em Campos do Jordão e em São Paulo, que além de receber concertos vai ser sede mais uma vez da atividade pedagógica do evento.
Ao todo, serão realizados 84 concertos (90% com entrada franca) em seis palcos. Alguns deles poderão ser transmitidos pela internet: as datas e os programas ainda não foram definidos e serão anunciados nos próximos dias.
O orçamento de R$ 6 milhões será pago pelo governo do estado. O uso da Lei Rouanet, segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão, tornou-se impossível pelas restrições colocadas pela Secretaria Especial de Cultura com relação a projetos anuais e à burocracia na liberação de verbas.
Em Campos do Jordão, os concertos vão acontecer no Auditório Claudio Santoro, no auditório do Parque do Capivari, no Palácio Boa Vista (que também vai abrigar uma exposição com curadoria da Fundação Bienal de São Paulo) e na Igreja Santa Terezinha. A Sala São Paulo e a Sala do Coro serão os palcos do festival em São Paulo.
Segundo Arthur Nestrovski, diretor artístico da Fundação Osesp, o mote da programação será Modernos Eternos, evocando poema em que Carlos Drummond de Andrade escreve “E como ficou chato ser moderno, agora serei eterno”. Isso significa um olhar especial para o centenário da Semana de Arte Moderna.
A Orquestra do Festival vai realizar três programas, com os maestros Çen Mansur, Neil Thomson e Marcelo Lehninger. Entre as obras, estão Santos Football Music, de Gilberto Mendes; Half-Time, de Martinu; e Os pinheiros de Roma, de Respighi.
A abertura oficial será com a Osesp, Thierry Fischer e o pianista Jan Lisiecki. A Osesp tocará também com Fischer durante a programação e o encerramento será em concerto com o maestro Giancarlo Guerrero.
A programação terá alguns grupos convidados: a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo; a Orquestra Jovem do Estado; a Orquestra Jovem do Theatro São Pedro; a Filarmônica de Goiás; e a Orquestra de Câmara de Curitiba, entre eles. Os pianistas Jean-Louis Steuermann, Fabio Martino e Lucas Thomazinho, a violoncelista Marina Martins, o violonista Fabio Zanon e violinistas da Osesp estão entre os músicos convidados para a programação.
Questionado sobre a volta dos alunos para Campos do Jordão, Sá Leitão afirmou que não vê prejuízo na imersão e na convivência dos músicos com a realização da parte pedagógica em São Paulo. “Essa foi uma decisão motivada por custos, para que não houvesse diminuição no número de bolsistas, e não acredito que haja prejuízo na convivência. Nós preferimos que aconteça em Campos do Jordão, pois isso teria um impacto positivo na cidade. E espero que a partir do ano que vem seja possível fazer um número maior de concertos e voltar a atividade pedagógica para a cidade.”
Sobre a construção de novos alojamentos em Campos do Jordão para os alunos, Sá Leitão afirmou que várias possibilidades foram estudadas – em anos anteriores até mesmo projetos para um novo prédio foram mostrados pelo governo. “Decidimos, no entanto, partir para a concessão e reforma pela concessionária do alojamento já existente no Auditório Claudio Santoro. São boas instalações, mas que não estão em boa condição de uso. E isso pode ser feito pela iniciativa privada.”
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