Orquestra toca nesta e na próxima semana obras do autor, que será homenageado também em apresentações de outras orquestras e salas de concerto
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais apresenta neste sábado concerto da série Fora de Série, que em 2023 aborda o modo como compositores inspiraram ou foram inspirados por outros músicos.
Para abrir o concerto, será apresentada Variações temporais: Beethoven revisitado, de Ronaldo Miranda, autor que completa 75 anos em 2023.
A obra foi encomendada pela Osesp e é inspirada na Sinfonia nº 6 – Pastoral, de Beethoven. A apresentação, com regência de José Soares, tem também como destaque a Fantasia sobre um tema de As Ruínas de Atenas de Beethoven, de Franz Liszt, que terá o pianista Fabio Martino como solista.
A Filarmônica de Minas Gerais volta a interpretar Miranda na próxima semana, nos dias 23 e 24, quando apresenta Horizontes, obra de 1992, composta para as comemorações dos 500 anos do Descobrimento da América.
“A peça realiza uma síntese das técnicas composicionais desenvolvidas nas diversas fases do compositor. Com caráter descritivo, tem três movimentos: no primeiro, A partida, o autor sugere o clima de ansiedade causado pela viagem, talvez sem retorno, quando utiliza combinações musicais atonais e pontilhistas que se desenvolvem até atingir uma massa sonora vigorosa com trompetes, em combinações neotonais. O segundo movimento, A espera, é uma canção (ou modinha) nostálgica e pungente em modo menor, em alusão ao aspecto de calmaria, em uma opção neorromântica ou neotonal”, escreve Edilson Vicente de Lima, professor da Universidade Federal de Ouro Preto, nas notas de programa da apresentação.
“O terceiro movimento, A descoberta, inicia-se com um solo de clarinete evocando o canto e o voo de um pássaro solitário que anuncia a terra firme. A seguir o autor desenvolve uma seção minimalista que sugere a ansiedade frente ao mundo novo e, após um tutti com caráter épico, direciona a obra para uma finalização novamente em estado de calmaria, realizando ainda a síntese de atonalismo (o desconhecido) e neotonalismo (o conhecido). Em toda a composição o autor articula, com grande mestria, a diversidade de timbres da grande orquestra, explorando-os de modo expressivo, o que valoriza sobremaneira a obra, possibilitando novos horizontes de escuta”, completa.
As homenagens a Ronaldo Miranda levarão suas obras também a outros palcos. Em junho, por exemplo, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta a remontagem do balé Macunaíma, estreado no ano passado e inspirado em Mário de Andrade.
Também em junho, o autor estará no recital que o Quaternaglia faz na Sala Cecília Meireles ao lado do pianista Rogerio Zaghi. Ainda na Sala, ele será interpretado pela Orquestra Sinfônica da UFRJ (em agosto, sob regência de Marcelo de Jesus), pela Orquestra Petrobras Sinfônica (em setembro, com Neil Thomson) e pela soprano Carla Caramujo, em recital de canções com o pianista Duarte Martins (setembro).
Veja mais detalhes sobre a apresentação da Filarmônica de Minas Gerais no Roteiro do Site CONCERTO
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