Katarine Araújo: realizações e aprendizados

Retrospectiva 2024: Katarine Araújo, regente titular e diretora artística da Orquestra Sinfônica de Goiânia

“O ano de 2024 foi sem sombra de dúvidas um ano de recomeços. Após meu retorno dos estudos de doutoramento em Portugal, recebi o convite para assumir a Orquestra Sinfônica de Goiânia (Osgo) como maestra titular e diretora artística. Este foi um recomeço conjunto, pois a orquestra também iniciou uma nova fase e se adaptou rapidamente às mudanças. Como estreia dessa nova direção apresentamos a Quarta sinfonia de Bruckner. Tivemos o teatro lotado, público atento e sedento por música de concerto – algo que talvez surpreenda os que desconhecem a riqueza cultural de Goiânia. Além de formar e exportar grandes músicos, a cidade está em pleno desenvolvimento no cenário da música de concerto, basta acompanhar o quanto o público é assíduo aos concertos.

A Osgo é mantida pela Prefeitura de Goiânia, por meio da Secult, e abrange cinco grupos artísticos: a orquestra e o coro sinfônico, ambos profissionais, além dos grupos de formação – coro juvenil, banda juvenil e Orquestra Jovem Joaquim Jayme. Dentro da instituição também temos ações de formação. Em 2024 atendemos a mais de 120 alunos de diferentes faixas etárias e variados tipos de instrumento e voz, reforçando nosso compromisso com a educação musical na comunidade goianiense.

Entre os concertos mais significativos, destaco o “Batismo Cultural”, com a obra Choros nº 10 de Heitor Villa-Lobos, que contou com a participação dos coros Sinfônico e Juvenil, além da Osgo. O repertório de 2024 também incluiu a Quinta sinfonia de Tchaikovsky e a icônica Sinfonia em Mi menor de Amy Beach. Em novembro, tivemos o privilégio de receber os trompetistas Fernando Dissenha e Paulo Ronqui, em parceria com o Encontro Nacional de Trompetes. Já em dezembro, realizamos um concerto em memória aos 100 anos da morte de Puccini, com regência de Edson Piza e um elenco de cantores solistas de destaque: Hélenes Lopes, Angela Samara, Mayra Terzian, Felix Bauer, Vitor Monte, Jadson Álvares, Murilo Gambichler, Eduardo Machado e Caio Abreu. É importante ressaltar que muitos dos solistas da temporada de 2024 fazem parte dos corpos artísticos da Osgo, o que demonstra o excelente nível técnico e constante aperfeiçoamento para atuarem em diferentes papéis.

Para 2025 planejei uma temporada com convidados nacionais e internacionais, entre eles, o violonista e maestro Fábio Zanon (BR), trompista David Cooper (EUA), maestro Antonio Vassalo e pianista João Paulo Moreira (PT), maestro Roberto Ramos e violinista Miguel Chacón (VE), entre outros. Como parte do repertório teremos a Quinta sinfonia de Mahler, Sinfonias nº 5 e nº 9 de Beethoven, Concerto para violino nº 2 de Prokofiev, Concerto para piano em Sol Maior de Ravel, Stabat Mater de Dvorak, Segunda sinfonia de Mendelssohn, Réquiem de Verdi, entre outras. Realizaremos três projetos: um voltado à divulgação e estreia de obras de compositores brasileiros da nova geração, um festival dedicado aos grupos de formação e um projeto de apoio a mulheres regentes, alinhado ao trabalho que venho promovendo há algum tempo nas redes sociais. 

Em 2025, também estarei como maestra convidada na programação da Oses, da Filarmônica de Volta Redonda, do Festival de Penedo e da Sinfônica da UFMT.  Acredito que será um ano repleto de trocas enriquecedoras e parcerias significativas. Estou entusiasmada com as realizações e aprendizados que virão.”

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