Levantamento indica aumento da música contemporânea e de compositoras nas programações da Europa e dos EUA

por Redação CONCERTO 12/02/2024

O site inglês Bachtrack publicou em janeiro um levantamento a respeito da programação artística de 2023. A partir da análise de 16.336 concertos, 9.217 récitas de ópera e 5.702 espetáculos de dança, apresentados em diferentes partes do mundo, os números apontam em especial para duas tendências.

A primeira diz respeito à música contemporânea. Entre 2013 e 2023, houve crescimento na quantidade de peças contemporâneas nas programações de ópera e de concertos. Nos EUA, obras recentes eram 7,5% da programação; agora, representam 20%; no Reino Unido, a porcentagem foi de 6% para 15%. Alemanha, Japão, Áustria, França, Espanha e Holanda também tiveram crescimento.

A segunda tendência diz respeito à presença feminina nas programações.

O levantamento mostra que o aumento de apresentações de música contemporânea foi acompanhado pelo aumento de performances de compositoras – e, em particular, de autoras vivas. Em 2013, havia onze mulheres na lista dos 100 autores mais tocados; agora, são 36, sendo que, sete delas estão entre os 20 mais tocados – dez anos atrás, não havia nenhuma. Na lista de dez autores vivos mais tocados estão, em ordem decrescente: John Williams, Arvo Pärt, Jörg Widmann, Thomas Adès, Philip Glass, John Adams, Sofia Gubaidulina, Caroline Shaw, Unsuk Chin e Anna Clyne.

Agora, as maestras. Aqui, o Bachtrack identifica um crescimento mais lento. Não há nenhuma mulher entre os dez regentes que mais trabalharam em 2023 (Andris Nelsons lidera a lista mais uma vez). A maestra mais ocupada, Elim Chan, com 53 performances, não ficou no Top20. Há no Top100, catorze maestras – em 2013, eram apenas 4. Das 102 orquestras e teatros considerados na pesquisa, apenas sete têm uma mulher como regente titular, o que significa 7% - o número se aproxima da pesquisa realizada para La Maestra, em 2021: de 778 orquestras consideradas, 7,9% tinham maestras como titulares. 

A conclusão do Bachtrack: o aumento de espaço para compositoras e maestras tem sido constante. No caso das compositoras, houve um grande salto a partir de 2019; entre as regentes, o salto foi anterior e, hoje, parece ter sido atingido um platô, com pequenas variações. 

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A compositora Sofia Gubaidulina é a mulher mais tocada [Divulgação]
A compositora Sofia Gubaidulina é a mulher mais tocada [Divulgação]

 

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