Um dos principais maestros da atualidade, o norte-americano Kent Nagano rege esta semana, nos dias 1º e 2, na Sala São Paulo, a Orquestra Sinfônica de Montreal. As apresentações integram a temporada da Cultura Artística, que também recebe este mês a mezzo soprano Joyce Di Donato.
Nagano escolheu um repertório simbólico do que tem sido o trabalho da orquestra nos últimos anos, com peças de Mozart, Brahms, Mahler e Bartók. “Havia uma demanda em Quebec por uma experiência sinfônica que fosse a mais rica possível, com um mergulho ainda mais profundo no grande repertório”, explicou ele em entrevista à Revista CONCERTO sobre as linhas que guiaram os dezesseis anos de trabalho com o grupo.
Para o maestro, o fundamental buscar entender o fascínio que a música provoca no público. “Por que as pessoas vão a uma sala de concertos? Por que elas querem ouvir essa música? Ninguém é obrigado a ouvir música clássica, mas as pessoas fazem isso. E de maneira bastante particular. Se eu vejo um filme, por mais que goste dele, talvez consiga vê-lo mais uma ou duas vezes. Com uma sinfonia, porém, nossa relação é diferente. Eu a ouço dezenas de vezes – e estou pronto para mais. Para mim, as pessoas estão sempre buscando algo, querendo descobrir algo. Uma sinfonia talvez seja símbolo da perfeição humana, daquilo que podemos atingir. E, se entendemos isso, sempre haverá algo novo, para nós que interpretamos e para qualquer um que esteja interessado em ouvir essa música.”
Nos concertos em São Paulo, a orquestra será acompanhada da violinista Alexandra Soumm, que substituiu a previamente anunciada Veronika Eberle. Com ela, a orquestra também se apresenta, no dia 3, no Rio de Janeiro, pela série da Dell’Arte.
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