Com o tema Vasto mundo, inspirado nos versos de “Poema de sete faces”, de Carlos Drummond de Andrade, a programação de 2022 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo terá mais de cem concertos e 58 artistas convidados.
A temporada, anunciada no início de outubro, retoma, em número de apresentações e escopo de repertório, o cenário pré-pandemia. A expectativa da Fundação Osesp é voltar à ocupação integral da Sala São Paulo.
Entre os vários eixos, a programação fará uma celebração especial pelos cem anos da Semana de Arte Moderna.
A obra de Villa-Lobos terá destaque na programação. Serão apresentadas peças como o Concerto para violoncelo nº 1 (com Antonio Meneses); as Bachianas brasileiras nº 2, nº 4 e nº 8; os Choros nº 3, nº 5, nº 6 e nº 10; e A floresta do Amazonas.
Outros dois compositores serão tema de ciclos: Richard Strauss e Jean Sibelius. O finlandês foi escolhido pelo maestro Thierry Fischer, que a cada ano seleciona um compositor ao qual se dedicar em especial.
A programação terá quatro compositores visitantes: Jimmy López, Jörg Widmann, Heinz Holliger e Arrigo Barnabé (que, para celebrar seus 70 anos, vai escrever obra para o Quarteto Osesp). Estão previstas a estreia latino-americana de três concertos para piano (de Jimmy López, Thomas Adès e Dieter Amman), de um concerto para trompete de Roberto Sierra e de peças de Jessie Montgomery e Luís Tinoco. A Osesp fez quatro encomendas para compositores brasileiros: além da peça para Arrigo Barnabé, uma abertura sinfônica para Marcos Balter; uma obra coral para Valéria Bonafé; e uma peça para violino solo para Luiz Amato.
A lista de artistas convidados inclui o pianista Andreas Haefliger, Jan Lisiek, Kirill Gerstein e Alexander Melnikov, as violinistas Baiba Skride, Carolin Widmann, Esther Yoo, Priscila Rato e os violinistas Luiz Fílip e Luís Otávio Santos. E, entre os maestros, destacam-se nomes como Giancarlo Guerrero, Domingo Hindoyan, Anja Bihlmaier e Neil Thomson.
A Orquestra Jovem do Estado também vai celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna em sua temporada 2022, partindo do pressuposto de que “comemorar os 100 anos da Semana é reafirmar os ideais dos artistas daquele período de rompimento com a tradição e, ao mesmo tempo, de celebração da invenção de um novo olhar, uma nova escuta, uma nova compreensão do mundo sensível que o século XX trazia”, nas palavras de Paulo Zuben, diretor artístico-pedagógico da Santa Marcelina Cultura.
Entre os destaques da temporada estão o programa Floresta do Amazonas, em que a obra de Villa-Lobos é acompanhada de projeções de fotos de Sebastião Salgado; e a apresentação de obras como as Três peças para orquestra, de Alban Berg, a Peça de concerto para tímpanos e orquestra, de Mauricio Kagel, a Sinfonia nº 5 de Shostakovich, In Response to the Unheard Music Hidden in the Shrubbery, de Tatiana Catanzaro, a Sinfonia nº 9 de Mahler, e a cantata Alexandre Nevsky, de Prokofiev.
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais retoma todas as suas séries – Presto, Veloce, Allegro, Vivace e Fora de Série – em 2022 e aposta na normalização da situação sanitária.
“A temporada de 2022 foi desenhada a partir de um conceito relativo ao recomeço, ao renascimento, ao retorno a uma normalidade perdida, que, felizmente, vemos cada vez mais próximo de nós. Com a perspectiva de termos uma orquestra completa no palco em 2022 e solistas nacionais e internacionais que possam voltar a desenvolver suas atividades sem interrupções, construímos uma programação que valoriza a troca de experiências entre a geração de jovens solistas internacionais, como a pianista Daniela Liebman, as violoncelistas Danielle Akta e Marina Martins, o mais recente vencedor do Concurso Rainha Elizabeth da Bélgica, o pianista francês Jonathan Fournel, e nomes consagrados, como Olli Mustonen, Arnaldo Cohen, Vadim Gluzman, Andrés Cárdenes e Philippe Quint”, explicou o maestro Fabio Mechetti, diretor artístico da filarmônica.
A programação, que começa nos dias 10 e 11 de fevereiro, vai celebrar uma série de efemérides ligadas a compositores. Os centenários de Gilberto Mendes e Iannis Xenakis; os 125 anos de nascimento de Lorenzo Fernández, Francisco Mignone e Erich Korngold; os 150 anos de Alexander Scriabin e Vaughan Williams; os 200 anos de César Franck; os 225 anos de Franz Schubert; os 125 anos de morte de Johannes Brahms; e os 175 anos de morte de Felix Mendelssohn.
Na ópera, quem largou na frente ao anunciar sua temporada foi o Theatro São Pedro de São Paulo, com onze títulos divididos em nove espetáculos. E não apenas isso. O ano terá ainda duas apresentações conjuntas com a São Paulo Companhia de Dança; concertos sinfônicos; música de câmara para relembrar os 200 anos da Independência; e série de concertos e palestras dedicadas ao centenário da Semana de Arte Moderna.
Entre as óperas, estão títulos como West Side Story, de Bernstein; Os Capuletos e Montéquios, de Bellini; Ariadne auf Naxos, de Strauss; O canto do cisne, nova ópera de Leonardo Martinelli em parceria com a libretista e diretora Livia Sabag; e A ópera dos três vinténs, de Kurt Weill e Bertolt Brecht. A programação tem ainda uma dobradinha formada por La serva padrona e Livietta e Tracollo, de Pergolesi. E a estreia das obras criadas no Atelier de Ópera realizado desde novembro pelo teatro.
Séries internacionais
Como tradição, a temporada da Cultura Artística terá dez atrações na Sala São Paulo, com duas apresentações cada (série branca, em geral às terças-feiras, e série azul, normalmente às quartas). Na série de violão, que agora acontece no novo Teatro B32, na avenida Faria Lima, serão cinco recitais.
O ano começa em maio, com o recital do tenor polonês Piotr Beczala. Em seguida, vão se apresentar o duo formado pelo violinista Théotime Langlois de Swarte e o pianista Tanguy de Williencourt; a Orquestra Filarmônica Real de Liège, com o pianista Nikolai Lugansky; a pianista georgiana Khatia Buniatishvili; a Academy of Saint Martin in the Fields, com o violinista Joshua Bell; a Orquestra Barroca do Veneza, com a mezzo soprano tcheca Magdalena Kožená; o pianista ucraniano Vadym Kholodenko; a Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen, com o violinista alemão Christian Tetzlaff; o pianista britânico Benjamin Grosvenor; e o Quarteto Attaca.
Já o Mozarteum Brasileiro terá cinco atrações na Sala São Paulo: a Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro, em dois concertos; o Gershwin Piano Quartet; a soprano Anna Nechaeva e o barítono Alexander Kasianov, que substituem a previamente anunciada Angel Blue; e o Eggner Trio.
Na Tucca, o ano se faz da união entre jazz e música clássica. Ao longo da temporada, a associação vai apresentar artistas como o pianista Cesar Camargo Mariano, o violonista Pablo Sáinz-Villegas, a Concertgebouw Chamber Orchestra, a violinista Sarah Chang, os trompetistas Arturo Sandoval e Terence Blanchard, o guitarrista Pat Metheny e o grupo Sphinx Virtuosi.
Confira aqui a lista completa de atrações e informações sobre vendas de ingressos e assinaturas
Texto atualizado em 7 de janeiro de 2022, para incluir mudança na temporada da Mozarteum Brasileiro, que não terá mais a participação da soprano Angel Blue.
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