Nos 20 anos do 11 de setembro, memórias transformadas em música

A Orquestra Filarmônica de Nova York e o Metropolitan Opera House homenagearam no final de semana as vítimas dos ataques às Torres Gêmeas no dia 11 de setembro de 2001, episódio que completou duas décadas no último sábado.

A orquestra e o coro do Metropolitan voltaram pela primeira vez ao palco desde o início da pandemia e interpretaram, sob regência de Yannick Nézet-Séguin, o Réquiem de Verdi. Já a Filarmônica de Nova York colocou em seu site, com acesso gratuito, a gravação do Réquiem alemão de Brahms realizada uma semana após os ataques, com o maestro Kurt Masur, o barítono Thomas Hampson e a soprano Heidi Grant Murphy (assista aqui).

Os episódios do 11 de setembro marcaram a vida norte-americana e também a produção cultural nos anos seguintes. No universo da música clássica, diversos compositores escreveram obras inspiradas nos ataques. O Site CONCERTO preparou uma seleção delas: 

On the transmigration of souls, de John Adams
Uma das primeiras reações musicais ao 11 de setembro foi a obra Sobre a transmigração das almas, de John Adams. Nela, além de orquestra, coro e coro infantil, uma fita pré-gravada trazia a leitura de nomes de vítimas dos ataques. A peça ganhou o Prêmio Pulitzer em 2013, ano em que também foi apresentada pela Osesp na Sala São Paulo.

In Memory, de Joan Tower
A compositora norte-americana Joan Tower escreveu, em 2001, o quarteto de cordas In Memory (Em memória). A obra foi encomendada pelo Quarteto de Tokyo e aborda, segundo a própria autora, uma atmosfera de reflexão sobre a perda e a dor. Foi a segunda incursão da compositora pelo gênero quarteto de cordas.

Sad park, de Michael Gordon
Sad park, do compositor Michael Gordon, também nasceu de uma encomenda, desta vez do Quarteto Kronos. O autor vivia na região do World Trade Center e utilizou como inspiração não apenas sua experiência, mas gravações de crianças da escola de seu filho comentando o modo como entendiam os ataques.

Aftermath, de Ned Rorem
Ned Rorem trabalhava em uma nova peça quando os ataques o fizeram mudar completamente a obra. “Eu precisava escrever algo que refletisse como eu estava me sentindo”, disse na época. A peça é baseada em poemas de diferentes épocas e autores com mensagens contra a guerra ou sobre os efeitos de conflitos nas vidas das pessoas.

Trinity Requiem, de Robert Moran
O Trinity Requiem, cujo nome faz referência à igreja localizada nas proximidades do World Trade Center, foi encomendado no décimo aniversário dos ataques. Nele, Robert Moran escreve para órgão, harpas e violoncelos, com a participação de um coro juvenil cuja utilização torna ainda mais tocante a homenagem às vítimas do 11 de setembro. 

WTC 9/11, de Steve Reich
Ao escrever WTC 9/11, o compositor minimalista norte-americano Steve Reich uniu o quarteto de cordas a trechos de gravações dos controladores do tráfico aéreo no momento dos ataques. A dúvida sobre o que acontecia em contraste com a violência das cordas fez com que o resultado já fosse definido por um crítico como “aterrorizante”.

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