A Orquestra Sinfônica Municipal retoma esta semana o ciclo das sinfonias de Schumann interrompido por conta da pandemia. Em fevereiro, antes da suspensão da programação, foi apresentada apenas a Sinfonia nº 1.
Nos dias 9 e 10, a orquestra interpreta a Sinfonia nº 3 – Renana, em um programa que tem ainda o Concertino em estilo antigo para duas harpas e orquestra, que terá como solistas as harpistas Jennifer Campbell e Paola Baron.
As sinfonias são obras importantes para a compreensão da trajetória de Schumann.
A de nº 3 foi escrita quatro anos depois da segunda. A família Schumann havia acabado de se mudar para Düsseldorf, onde o compositor assumiu o posto de diretor musical.
“A mudança anterior, de Leipzig para Dresden, teve enorme impacto na saúde mental de Schumann. E não seria diferente desta vez. A vida agitada que o novo posto sugeria e a casa em que a família viveu, no centro da cidade, fazia com que o barulho incomodasse tanto Clara quanto Robert – e, nos diários de ambos, há referência ao impacto nos nervos do compositor”, escreve João Luiz Sampaio em texto publicado na Revista CONCERTO.
“Natural, então, que a Sinfonia nº 3 nascesse de uma viagem ao campo, onde a paisagem do rio Reno serviria de inspiração para a nova obra, estreada em 1851, desta vez com o próprio compositor como regente à frente de sua orquestra de Düsseldorf. Ainda assim, o processo de composição não foi fácil. A obra nasceu em um período de cinco semanas, ao longo das quais, registrou o compositor em seu diário, ele experimentou tanto a certeza de estar no caminho certo quanto a ‘escuridão’ de crises nervosas.”
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