A Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos apresenta neste final de semana a primeira versão brasileira da ópera Vanessa, de Samuel Barber, encenada no final dos anos 1950 em Nova York, com libreto de Gian Carlo Menotti. A direção é de Marcelo Gama e a regência, de Emiliano Patarra. Vanessa recebeu o Prêmio Pulitzer em 1958, ano de sua estreia, regida no Metropolitan pelo maestro Dmitri Mitropoulos.
“Nossa temporada tem como objetivo trazer para a cidade e para a orquestra um pouco de cada faceta do mundo sinfônico, obras-primas, primeiras audições, interfaces com a música popular, o balé, a ópera”, explica Patarra. “E escolher Vanessa preenche alguns requisitos para nós. O primeiro deles tem a ver com o Teatro Adamastor, que é o teatro da cidade, que coloca o público muito próximo do palco, o que nessa história intimista é fundamental, pois a ação está no gesto, na expressão. E, além disso, fazer uma ópera como essa, nunca feita no Brasil, nos insere também num processo de ampliação do repertório relevante para o universo da ópera em todo o país.”
Um crítico já definiu Vanessa como “a ópera para a época de Hitchcock”, com uma partitura tensa e o caráter de um thriller psicológico. Nela, Vanessa, abandonada por seu amante Anatol, muda-se para Paris, onde vive apartada do mundo, dividindo sua casa com sua mãe e sua sobrinha. Vinte anos depois, porém, o filho de Anatol chega e sua presença vai estabelecer novos dramas.
“Barber mistura estéticas nessa partitura. É uma obra que soa um pouco distante para quem está acostumado com as peças mais famosas dele, como o concerto para violino”, explica Patarra. “No fundo, a música sempre se adapta à exigência da cena, é uma peça de teatro com música, sempre à serviço do libreto. É interessante: a música de cinema sempre bebeu muito na ópera e, aqui, acontece o contrário, a partitura muitas vezes serve como plano de fundo, mas sempre com um casamento entre texto e música. Menotti, o libretista, também era compositor, e isso dá uma enorme profundidade à combinação das palavras com a música”, lembra Patarra.
A soprano Tati Helene interpreta Vanessa; o tenor Flávio Leite é Anatol (filho); as mezzo sopranos Luisa Francesconi e Juliana Taino vivem Erika, sobrinha de Vanessa, e Baronesa, sua mãe; o barítono Marcelo Ferreira interpreta o Doutor; e Flávio Lauria, faz o papel do Mordomo.
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