Secretário de estado da Cultura Sérgio Sá Leitão apresenta resultados de estudo da FGV que apontam que cada R$ 1 investido em Cultura movimenta R$ 1,67 na economia; secretaria espera que estudo ajude a derrubar o veto do presidente Bolsonaro à Lei Aldir Blanc
No Seminário “Economia Criativa & Desenvolvimento”, promovido pela Secretaria de estado de Cultura e Economia Criativa e pelo canal Arte1 na última terça-feira, dia 28 de junho, no auditório da Pinacoteca de São Paulo, o secretário Sérgio Sá Leitão apresentou algumas das conclusões do “Estudo de Avaliação e Levantamento de Indicadores do Impacto Econômico e Social de Programas de Fomento Direto à Cultura e Economia Criativa”, realizado pela FGV projetos.
Considerando o ano de 2020, os resultados consolidados apontam que os programas de fomento realizados pela secretaria paulista, com um investimento de R$ 413,6 milhões, desencadearam um impacto econômico de R$ 688,8 milhões, o que corresponde a um efeito multiplicador de 1,67. Esses recursos geraram tributos na ordem de R$ 110,8 milhões – ou seja, dinheiro que volta ao poder público –, além de terem proporcionado trabalho para mais de 40 mil profissionais, com 9.291 empregos diretos e 2.189 empregos indiretos. Os programas geridos pela secretaria incluíram os recursos federais da Lei Aldir Blanc, que contribuiu com R$ 242,9 milhões do total de R$ 413,6 milhões.
“O estudo mostra que não é só o setor criativo que se beneficia desses programas, mas o conjunto da sociedade, uma vez que a injeção de dinheiro na cultura impacta positivamente as cadeias de valor e a geração de emprego, renda e desenvolvimento. Esperamos que a divulgação do estudo fortaleça a certeza de que a Lei Aldir Blanc deve se tornar um mecanismo perene”, afirmou o secretário Sá Leitão.
No início de maio, o presidente Bolsonaro havia vetado o projeto PL 1518/21, denominado Lei Aldir Blanc 2, elaborada a partir do sucesso da Lei Aldir Blanc de 2020. A nova lei prevê um aporte anual de R$ 3 bilhões, a partir de 2023 e durante 5 anos, para o Fundo Nacional de Cultura (FNC). Agora a comunidade cultural está mobilizada acompanhando a apreciação da decisão presidencial pelo Congresso Nacional, que pode derrubar o veto. Se derrubada, a Lei Aldir Blanc 2 passa a vigorar independentemente da decisão presidencial.
Após a exposição do secretário Sérgio Sá Leitão, o seminário na Pinacoteca seguiu com a fala do coordenador da FGV, Luiz Gustavo Barbosa, que detalhou o estudo e sua metodologia. Barbosa chamou a atenção para o fato de o estudo ter sido realizado com dados de 2020, ano em que os projetos foram essencialmente virtuais, afirmando que em eventos presenciais o impacto econômico certamente seria ainda muito maior.
O diretor do Instituto Itaú Cultural Eduardo Saron fez a palestra seguinte, em que apresentou os dados mais recentes levantados pelo Observatório Itaú Cultural, que também apontam a importância da Cultura na retomada econômica do pós-pandemia. O presidente da Abraosc, Associação Brasileira de Organizações Sociais da Cultura, Paulo Zuben, por sua vez, destacou a importância da parceria com a sociedade civil para uma maior eficácia dos programas públicos de cultura.
O seminário “Economia Criativa & Desenvolvimento” se encerrou com uma mesa de debates que reuniu a secretária municipal de Cultura Aline Torres, a economista especializada Ana Carla Cainha Fonseca e o secretário Sá Leitão com mediação do jornalista Zeca Camargo.
Clique aqui para assistir ao seminário no canal Arte1 no YouTube.
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