Declaração é novidade, já que desde o ano passado não houve qualquer comunicado oficial da Fundação Osesp em relação ao Festival de Inverno de Campos do Jordão
A Classical:NEXT organizou na quinta-feira passada, dia 11 de junho, um painel internacional intitulado “MidSummer Nights: Pathways for Festivals” (Noites de verão: caminhos para festivais), reunindo cinco gestores de alguns dos principais festivais do mundo, entre os quais também Marcelo Lopes, diretor executivo da Fundação Osesp, que é a responsável pelo Festival de Inverno de Campos do Jordão. Com moderação de Fabienne Krause, participaram ainda Alan Fletcher (Aspen Music Festival), Aleksander Laskowski (Chopin Competition), Antonio Moral (Granada Music & Dance Festival) e Câline Yamakawa (Verbier Festival), para trocar ideias sobre os desafios enfrentados pelas diversas instituições diante da pandemia internacional da Covid-19.
Em uma primeira rodada, cada um dos participantes expôs em linhas gerais as características de cada evento, sua estrutura e forma de financiamento, tomando como base o evento do ano anterior. Em sua fala, Lopes contou um pouco da história do festival, “o maior da América Latina”, da cidade de Campos do Jordão e apresentou os números da edição de 2019, a 50ª. O diretor centrou suas colocações em Campos do Jordão sem citar a Sala São Paulo, que há alguns anos concentra a maior parte das atividades pedagógicas e de concertos do festival.
Em relação ao financiamento, Marcelo Lopes afirmou que o festival de 2019 teve o custo de cerca de US$ 1,5 milhão, dos quais 95% provenientes de patrocínios privados e 5% de bilheteria.
Em seguida, foi perguntado a cada um dos gestores quais as condições que levaram às decisões tomadas diante da pandemia, quer para os eventos adiados, quer para os cancelados. Bem informada, a mediadora já formulou a pergunta a Lopes citando o adiamento do Festival de Inverno em 6 meses. A notícia é uma novidade, já que desde o ano passado não houve qualquer comunicado oficial da Fundação Osesp em relação ao Festival de Inverno de Campos do Jordão. (Diferentemente dos outros participantes da mesa, o Festival de Inverno de Campos do Jordão não é uma instituição autônoma, e isso talvez explique a falta da comunicação. Dentro da Fundação Osesp, que gerencia a Osesp e a Sala São Paulo, o festival ocupa o lugar de um evento. Todos os anos em agosto, com o término do festival, o evento se encerra e só renascerá no ano seguinte, com a nova edição.)
O diretor executivo da Fundação Osesp afirmou que o adiamento foi uma decisão difícil, mas que também vê, por outro lado, algumas oportunidades: como o verão não é alta estação em Campos do Jordão, os custos para a produção do festival são mais baixos; e que, com a mudança de estação, um novo público poderia ser alcançado.
Inquirido sobre uma possível segunda onda epidêmica da Covid-19 que pudesse inviabilizar o festival no verão, Marcelo Lopes afirmou esperar que isso não ocorra e que São Paulo, em comparação a outras partes do Brasil, tem feito um trabalho responsável no enfrentamento do vírus.
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