Insígnia foi conferida por sua contribuição para a divulgação do patrimônio musical brasileiro
O fundador e presidente da Naxos Music Group, Klaus Heymann, foi homenageado pelo governo brasileiro com a medalha de Comendador da Ordem do Rio Branco, por sua contribuição para a divulgação do patrimônio musical brasileiro especialmente com a premiada coleção Música do Brasil. A insígnia foi conferida a Heymann na semana passada pelo cônsul geral do Brasil em Hong Kong e Macau, o embaixador Manuel Innocencio de Lacerda Santos Jr.
A Ordem do Rio Branco distingue o “serviço meritório e as virtudes cívicas, estimulando a prática de atos e feitos dignos de menção honrosa”. Entre outras personalidades já condecoradas há nomes como Laurindo Almeida, Ryuichi Sakamoto, Toots Thielemans e Ban Ki-moon. O cônsul Lacerda Santos Jr disse: “Em nome do governo e do povo brasileiro, gostaria de parabenizar o Sr. Heymann por ter recebido a medalha de Comendador da Ordem do Rio Branco, uma das mais altas condecorações que o Brasil pode conceder a um cidadão estrangeiro. Não apenas celebramos suas realizações extraordinárias, mas também expressamos nossa sincera gratidão por suas inestimáveis contribuições para o enriquecimento cultural de nossa sociedade. Este reconhecimento serve como uma prova de seu compromisso inabalável com as artes, seus esforços incansáveis em promover a compreensão cultural e seu profundo apreço pela herança da música clássica brasileira. Ele é um exemplo de como uma pessoa pode fazer a diferença no mundo por meio de seu trabalho e de seus ideais. Ele é uma inspiração para todos nós que acreditamos no poder da música para unir as pessoas e tornar nosso mundo um lugar melhor”.
Em entrevista à Revista CONCERTO no ano passado (clique aqui para ler), Heymann contou: “Quando eu era jovem, o Brasil era a terra dos meus sonhos e eu estava planejando emigrar e morar lá”. A ideia de viver no Brasil não se concretizou, mas o interesse pelo país permaneceu. Ao receber a condecoração, Heymann afirmou: “O Brasil é um país amante da música, provavelmente mais do que qualquer outro país no resto do mundo. Espero que este projeto ajude não só a tornar a música do Brasil mais conhecida no mundo, mas também a colocar o Brasil no mapa como uma terra de cultura e com grande bagagem musical”.
Nascido na Alemanha em 1936, Klaus Heymann frequentou universidades em Frankfurt, Lisboa, Londres e Paris. Iniciou-se profissionalmente trabalhando na área de comunicações. Em 1967 mudou-se para Hong Kong, onde gerenciou o escritório local do jornal The Overseas Weekly. Dois anos depois, abriu uma empresa própria, a Pacific Mail Order System, que começou com publicidade e evoluiu para vendas por correspondência (entre outros equipamentos, a empresa fornecia alto-falantes Bose e gravadores Revox).
Em 1973, Heymann entrou para a diretoria da Orquestra Filarmônica de Hong Kong e tornou-se presidente do comitê de captação de recursos e gerente geral honorário. No ano seguinte, conheceu sua futura esposa, a violinista Takako Nishizaki, que se apresentava como solista da orquestra.
A partir daí a sua atividade profissional voltou-se inteiramente à música. Já em 1975, abriu um estúdio de gravação e de sistemas de som. Alguns anos depois lançou o selo Marco Polo que acabou levando, em 1987, a fundação do selo Naxos.
Visionário, Heymann investiu em repertórios pouco executados, com bons intérpretes e a um preço reduzido, o que levou a uma enorme distribuição dos CDs da Naxos pelo mundo. Mais tarde, liderou o mercado ao prever o avanço digital na forma de distribuição da música clássica. Em 1996, quatro anos antes da chegada do Spotify, lançou a primeira plataforma de streaming de música clássica no mundo e, em 2002, foi precursor no conceito de serviços de streaming por assinatura.
A missão de longa data de Klaus Heymann – de gravar com alta qualidade obras menos conhecidas – continua sendo o vetor da Naxos. O seu acervo também foi ampliado com a aquisição de catálogos de reconhecidas gravadoras, como ARC Music, Capriccio, Dynamic, OehmsClassics, Ondine, Opus Arte e Orfeo, entre outras.
A coleção Música do Brasil, lançada no mundo pelo selo Naxos, promove a música de compositores brasileiros de todos os tempos. Desenvolvida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil em parceria com a Osesp, a Filarmônica de Minas Gerais, a Filarmônica de Goiás e a Academia Brasileira de Música, a coleção já lançou 15 CDs com obras sinfônicas de compositores brasileiros dos séculos XIX e XX (clique aqui para conhecer a coleção Música do Brasil).
Hoje, a Naxos é uma empresa global que possui, administra e/ou distribui um grande número de importantes gravadoras e selos independentes de música clássica. Gravações da Naxos foram reconhecidas por mais de 30 prêmios Grammy e inúmeras indicações, bem como prêmios Opus Klassik, Gramophone Editor's Choice, International Classical Music Awards (ICMA) – do qual, em 2023 foi eleita o ‘Selo do Ano’. Com seu conjunto de plataformas educacionais digitais, como a Naxos Music Library, a Naxos MusicBox, a Naxos Video Library e outras, o grupo segue sendo líder e pioneiro na indústria da música clássica.
No Brasil, a Naxos é representada por Clássicos Editorial, empresa que publica a Revista CONCERTO (clique aqui para saber mais).
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