Flavia Furtado, diretora executiva do Festival Amazonas de Ópera
“2020 começou bem, com muitas boas possibilidades; o Festival Amazonas crescendo ano a ano, a preparação para a reunião da OLA [Opera Latinoamérica] em 2021 no Brasil, entre outras. A Covid nos pegou com duas produções já compradas para o Festival. Pensamos em atrasá-lo 15 dias, um mês... até que ficou claro que não ia dar mesmo para fazer, a coisa era muito mais séria e complicada do que estávamos pensando.
Ao mesmo tempo, 2020 marcou o nascimento do Fórum Brasileiro de Ópera, Dança e Música de Concerto. Eu considero o Fórum a iniciativa mais importante dos últimos quarenta anos no Brasil. A conjuntura acabou pesando e a pandemia deu o pontapé que faltava para todos estarem conscientes da necessidade de trabalharmos juntos. Sou uma defensora do trabalho em rede, estou na OLA desde o início como representante do Teatro Amazonas e vejo o quanto a colaboração é importante e o quanto o mercado da ópera cresceu.
O Fórum começou como um grupo de whatsapp, no dia 22 de maio de 2020, e por enquanto todas as atividades são virtuais. Tivemos dois encontros, um só sobre orquestras e outro sobre teatros e ópera, para começar a pensar sobre como colocar para funcionar essa rede de maneira efetiva. O Fórum tem algumas metas: fortalecer as entidades, unificar o setor e ter uma interlocução constante com a esfera pública, para que eles nos compreendam e para que a gente consiga justificar um maior investimento na área. Estou conseguindo entender o tamanho do nosso setor, tem muito mais coisas do que a gente imagina: grupos, companhias líricas independentes etc. O Brasil tem que entender que temos um enorme mercado.
O Festival Amazonas de Ópera será realizado em abril e maio de 2021 de forma virtual. Por se tratar de um projeto incentivado, tivemos que aprovar com o Ministério a troca de datas, o que gerou uma demora imensa, impossibilitando-nos de fazer tudo a tempo. Além disso, em Manaus quem aprova o funcionamento dos corpos estáveis é a Secretaria de Saúde e o coro não foi autorizado a funcionar ainda. O Fórum também nos ajudou a repensar o Festival, olhar para as novas obras e compositores brasileiros. E a assembleia geral da OLA, que pela primeira vez se realizaria no Brasil, foi transferida para 2022.”
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