Após mal-estar, maestro Isaac Karabtchevsky interrompe regência durante o concerto
Como parte das comemorações de seus 50 anos, a Orquestra Petrobras Sinfônica, sediada no Rio de Janeiro, apresentou-se ontem, 2 de agosto, no Teatro Cultura Artística. Foi sua estreia na nova sala inaugurada no ano passado.
Um bom público esteve presente para ouvir a abertura da ópera La Gazza Ladra, de Rossini, e a Sinfonia nº 5, de Tchaikovsky, sob regência do maestro titular Isaac Karabtchevsky.
Foi boa a apresentação da orquestra. A abertura de Rossini veio com vibração e verve, plena da teatralidade característica da escrita do compositor italiano. Com gestual seguro e claro – e sua habitual maestria –, Karabtchevsky conduziu com precisão e desenvoltura. Aos 90 anos, o maestro demonstrava bom controle da performance.
Na sinfonia de Tchaikovsky, após o primeiro movimento solene e de forte carga dramática, o segundo, mais lento, soou profundo e denso, especialmente concentrado e emotivo. Ao final desse movimento, no entanto, Karabtchevsky apoiou-se na estante e permaneceu imóvel. O teatro permaneceu em silêncio – não se sabia se aquele era ainda um momento de introspecção musical. Após alguns segundos, o maestro fez um breve aceno, e músicos se levantaram para ampará-lo e ajudá-lo a sair do palco. Ainda houve tempo para um espectador bradar “bravo” e o público irromper em aplausos. O spalla Ricardo Amado, então, levantou-se e solicitou que se fizesse um intervalo.
Cerca de 15 minutos depois, a orquestra retornou ao palco, agora sob a regência do maestro Felipe Prazeres, regente adjunto da Opes. Antes de retomar a apresentação, ele informou ao microfone que o maestro Isaac Karabtchevsky passava bem e que havia sofrido apenas uma indisposição.
A música seguiu com brilho e fluência também sob a batuta de Prazeres, que além de regente adjunto da Opes é titular do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (e exímio violinista). A continuidade da sinfonia ajudou a dissipar o clima de apreensão – primeiro, com a leveza dançante da valsa do terceiro movimento e, por fim, com a conclusão afirmativa e vitoriosa da partitura de Tchaikovsky.
Muito aplaudida, a Opes teve de bisar o coda da sinfonia de Tchaikovsky, que soou ainda mais triunfante, encerrando a noite em clima de descontração e felicidade.
Durante sua passagem por São Paulo, a Orquestra Petrobras Sinfônica ainda realizou neste domingo um concerto multiplayer com repertório de músicas de videogame, no Teatro Sabesp Frei Caneca.

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