WEINBERG
Sinfonias de câmara nº 2 e nº 4
East-West Chamber Orchestra
Igor Fedorov – clarinete
Rostislav Krime – regente
Lançamento Naxos. Importado. R$ 108,10
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Nascido na Polônia, Mieczyslaw Weinberg iniciou sua trajetória como pianista, com a possibilidade de uma importante carreira à sua frente. Como consequência da Segunda Guerra Mundial, no entanto, precisou fugir e instalou-se em Minsk, na Bielorrússia, onde aos poucos foi se dedicando à composição, chamando a atenção de Shostakovich, responsável pela estreia de sua Sinfonia nº 1. Ao longo de sua carreira, escreveria mais vinte e três peças do gênero, junto a obras de câmara e para voz. E, em sua última década de vida, voltou-se para o formato da sinfonia de câmara. Neste disco, a East-West Chamber Orchestra, interpreta as Sinfonias nº 2 e nº 4, sob regência de seu criador e diretor, Rostislav Krimer. São obras fascinantes, com inúmeros contrastes, marcadas por momentos de alta tensão, nostalgia, lirismo, que, de alguma forma, nos oferecem um resumo do impulso criativo de Weinberg. Sensações as quais, na Sinfonia nº 4, são reforçadas pela participação do clarinete. Um disco repleto de descobertas. Disponível também o primeiro volume com as Sinfonias nº 1 e nº 3.
STRAVINSKY: A HISTÓRIA DO SOLDADO
Isabelle Faust – violino
Dominique Horwitz – narração
Lançamento Harmonia Mundi. Importado. R$ 172,40
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Não há outra maneira de dizer: em memória aos 50 anos da morte de Igor Stravinsky, o novo disco da interpretação de A história do soldado, em que a violinista Isabelle Faust participa ao lado de um excepcional conjunto instrumental, é até agora o grande lançamento do ano. A obra é uma de suas mais conhecidas e narra o retorno de um soldado à sua cidade, quando é surpreendido pelo Diabo. Foi escrita para um conjunto de câmara e narrador. Aqui, o grupo é liderado por Faust e conta com a participação de músicos como o trompetista Reinhold Friedrich, o clarinetista Lorenzo Coppola, o fagotista Javier Zafra e o percussionista Raymond Curfs (membro da Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara). Todos os músicos tocam com instrumentos da época da estreia da obra e a narração fica a cargo do ator francês Dominique Horwitz. Como bônus – um bônus de luxo, diga-se –, o disco traz ainda o pianista Alexander Melnikov tocando o Duo concertante de Stravinsky com Isabelle Faust, que ainda interpreta a Elegia para violino solo.
LIADOV – ANTIPOV – POMAZANSKY
Piano Music from a Russian Dinasty
Dmitry Korostelyov e Olga Solovieva – pianos
Lançamento Grand Piano. Importado. R$ 135,10
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Imaginem a família Strauss e sua influência no teatro musical vienense: Johann Strauss, Johann Strauss II, Josef Strauss. Eles não apenas deixaram uma série de obras como, geração após geração, também criaram uma dinastia de intérpretes. Algo parecido aconteceu na Rússia com as famílias Liadov, Antipov e Pomazansky. Ao longo das décadas, elas deram ao país mais de cento e vinte artistas, entre compositores, maestros, bailarinos, além de obras de teatro musical influentes no cenário russo. E é aos três compositores que o disco dos pianistas Dmitry Korostelyov e Olga Solovieva, que representam diferentes gerações de artistas, se dedica. Neste álbum, eles interpretam polcas, tarantelas, valsas, assim como prelúdios (como os de Antipov e os de Anatoly Liadov). São obras que alternam entre o caráter dançante e uma exploração mais formal do piano. É por conta dessa diversidade que este trabalho se torna um retrato muito interessante de uma faceta pouco explorada da música russa.
A POET’S LOVE
Prokofiev: Romeu e Julieta Schumann: Dichterliebe
Timothy Ridout – viola
Frank Dupree – piano
Lançamento Harmonia Mundi. Importado. R$ 172,40
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O violista Timothy Ridout já se apresentou com as principais orquestras europeias, além de realizar residências em instituições norte-americanas, como o Lincoln Center. Impressiona em seu trabalho tanto a técnica quanto a musicalidade, e seu novo disco é a prova disso. O projeto surgiu quando ele e o pianista Frank Dupree resolveram gravar seleções do balé Romeu e Julieta, de Prokofiev, em arranjo do violista Vadim Borisovsky. A história do amor entre os dois jovens de Verona, no entanto, despertou em Ridout o desejo de interpretar o ciclo de canções Dichterliebe (Amor do poeta), de Schumann, um dos pilares do repertório do Lied. O violista então resolveu escrever um arranjo para a peça. Mas ele vai além de destinar a seu instrumento a parte do cantor. Sua versão é um amálgama fascinante, em que acompanhamento e voz vão do piano à viola, misturando-se de maneira muito especial. Ridout, em uma entrevista, contou que na infância seu sonho era ser cantor. Optou pelo instrumento, mas o trabalho com Dichterliebe mostra que não abandonou o lirismo do canto.
LIVRO
SETE COMPOSITORES: VIVÊNCIAS E ESTILOS
Sérgio Bittencourt-Sampaio
Editora Mauad X.
176 páginas.
R$ 55. Desconto de 10% para assinantes.
Se a música é uma manifestação da personalidade de um compositor, uma maneira de compreender suas obras é nos voltarmos a suas experiências e impressões colhidas nos primeiros anos de vida e nos meios em que atuaram na juventude. Assim, nas palavras de Sérgio Bittencourt-Sampaio, seria possível “reconstituir um cenário psicossocial traduzido na estética particular de cada músico”. Na introdução do livro lemos: “Tópico pouco explorado nas publicações dedicadas à música, encontra-se aqui substancial contribuição para musicistas e para o público apreciador de arte, capaz de permitir uma compreensão mais ampla de determinados aspectos da obra e da personalidade de cada compositor, no ponto em que a criação reflete a vivência do criador”. São sete capítulos. O primeiro aborda as expressões da música zíngaro-húngara nas obras de Brahms e Liszt; o segundo, a mensagem do piano nas canções de Schubert; o terceiro, a obra de Schumann; o quarto, a ópera Tannhäuser, de Wagner; o quinto, a escrita de Grieg; o sexto capítulo, a “confluência de tradições na Festa de Santa Lucia”; e, o sétimo, a obra de Alberto Costa. Pesquisador e musicólogo, Sérgio Bittencourt-Sampaio é autor de livros como Negras Líricas: duas intérpretes negras brasileiras na música de concerto (séc. XVIII-XX).