Músicos e bailarinos celebram em projeto inédito herança cultural brasileira

por Redação CONCERTO 21/08/2020

A São Paulo Companhia de Dança e a Santa Marcelina Cultura uniram-se para realizar o projeto Cantares e Dançares. Nele, artistas criaram vídeos nos quais cantam e dançam interpretações de obras brasileiras do final do século XIX e começo do século XX, refletindo sobre origens da cultura brasileira e fazendo ponte entre erudito e popular.

“A parceria entre a São Paulo Companhia de Dança e a Santa Marcelina Cultura vem de longa data e é sempre muito interessante pois nós inventamos novas maneiras de produzir arte. Agora, em especial, porque os espaços são distintos; cada pessoa em um local do mundo e, ao mesmo tempo, todos juntos. Imaginária serenata e Matrizes são obras que nos permitem sentir, experimentar e perceber essas músicas incríveis que falam tanto do Brasil e nos tocam profundamente. São vídeos que exploram possibilidades dentro das intimidades e das distâncias das amplitudes. Filmar na Oficina Cultural Oswald de Andrade vazia nos permitiu explorar e reconhecer a beleza deste prédio histórico”, explica a diretora artística e executiva da SPCD, Inês Bogéa.

Em Imaginária serenata, que entra em cartaz nesta sexta, às 18 horas, nos canais do YouTube da São Paulo Companhia de Dança e do Theatro São Pedro, os artistas partem da herança portuguesa na cultura brasileira, com “canções e movimentos que evocam a imagem de janelas e balcões das casas portuguesas. É o cenário perfeito para uma serenata – uma ligação única entre uma pessoa e outra –, que desperta suspiros ora apaixonados, ora saudosos, sob a luz do luar”, explicam os artistas.

Já em Matrizes, que estreia amanhã, o objetivo foi “evidenciar as influências da cultura africana no Brasil a partir de composições que, em uma perspectiva modernista do início do século XX, buscavam consolidar uma ideia de nação. Sob sombras e luzes, transparências e veladuras, os bailarinos são embalados por canções com fortes traços afrobrasileiros e também do universo indígena e caipira, criando releituras para obras já interpretadas por cantores populares”.

A direção musical do projeto, que contou com a participação de cantores como Érika Muniz, Carla Cottini e Marcela Rahal, é do pianista Ricardo Ballestero. “O repertório musical selecionado para este projeto está ligado à noção nacionalista da música brasileira, não sendo delimitado especificamente por períodos de tempo. Em Cantes e Dançares, procuramos revelar que estas composições podem ser vistas em uma perspectiva mais contemporânea e, neste sentido, a parceria com a São Paulo Companhia de Dança é essencial para trazer uma leitura mais atualizada, ressignificando o que estas canções queriam dizer e o que elas ainda podem dizer nos dias de hoje. Então, para além da origem do repertório e o significado de cada composição em particular sobre o período em que foram criadas, essa perspectiva da dança traz novos elementos para a recepção e a apreciação do repertório”, diz ele.

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