O compositor brasileiro Felipe Lara foi finalista do Prêmio Pulitzer de música pela obra Concerto duplo para flauta e contrabaixo e orquestra, escrita para Esperanza Spalding e Claire Chase. É a primeira vez que um brasileiro concorre nesta categoria da premiação, uma das mais importantes do mundo.
Lara concorreu com Paper pianos, de Mary Kouyoumdjian; e Adagio (For Wadada Leo Smith), de Tyshawn Sorey, que foi escolhida como vencedora – a obra estreou em março de 2023 em concerto da Sinfônica de Atlanta e é um concerto para saxofone.
O concerto de Lara foi descrito pela organização do prêmio como uma peça que “reimagina o concerto tradicional, com improvisos, vocalizações e elementos afro-brasileiros que forjam relações intimistas e fascinantes entre a orquestra e as duas solistas”.
A peça é fruto de uma encomenda das filarmônicas de Helsinque e Los Angeles. A estreia mundial aconteceu no dia 10 de setembro de 2021, na Finlândia. Na ocasião, o crítico Irineu Franco Perpetuo anotou, em texto no Site CONCERTO, que “o Concerto duplo mostra seu fôlego não apenas no virtuosismo das solistas, como na originalidade da escrita orquestral”. “Lara divide a orquestra em duas, afinadas com um quarto de tom de diferença, e joga o tempo todo com a oposição entre sonoridades cheias e camerísticas, produzindo momentos feéricos.”
Em 2021, a peça de Lara recebeu o Prêmio CONCERTO.
A estreia americana se deu em março de 2023, em Los Angeles, e, pouco depois, foi apresentada pela Filarmônica de Nova York. “Lara entrelaça suas solistas no que Chase chama de uma criatura com muitos tentáculos. As duas frequentemente tocam juntas (...). O que não quer dizer que haja homogeneização do resultado. O vocabulário aqui é extenso e idiossincrático de ambos os lados. Chase faz exalações percussivas virtuosisticamente secas; ela pode ser extremamente doce na flauta padrão e tem, na enorme flauta contrabaixo, a penetração do chamado de uma baleia em alto mar. O baixo suave e dançante de Spalding é um som que conhecemos melhor do jazz, mas está totalmente em casa aqui, e seu canto é inocente sem ser infantil”, escreveu o crítico Zachary Woolfe no jornal The New York Times.
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