Além de seguir com a série Beethoven 250, Piazzolla, Stravinsky e Saint-Saëns terão ciclos; assinaturas serão oferecidas apenas a partir de fevereiro
Em coletiva de imprensa realizada no início da tarde desta quinta-feira, que contou com a participação do regente titular maestro Thierry Fischer, do diretor artístico Arthur Nestrovski e do diretor executivo Marcelo Lopes, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo lançou a sua temporada 2021. Com início em março, ela seguirá em paralelo com a temporada de 2020, já que esta, em razão da pandemia, vai se estender com atrações até julho. E sendo assim, a Osesp decidiu levar as comemorações aos 250 anos de Beethoven também para a nova temporada. “Teremos o Beethoven 250 nas temporadas 2020 e 2021”, afirmou Nestrovski.
Assim, a Osesp dará continuidade ao ciclo das sinfonias de Beethoven, sob direção de Thierry Fischer, de janeiro a março. As sonatas para piano serão apresentadas em três recitais em janeiro e fevereiro, pelos pianistas Aleyson Scopel, Pablo Rossi, Ronaldo Rolim, Sonia Rubinsky, Eduardo Monteiro, Leonardo Hilsdorf, Lucas Thomazinho e Olga Kopylova. Em junho, o Quarteto Osesp toca os últimos quartetos de Beethoven. Em julho, o pianista inglês Paul Lewis volta à Sala São Paulo para dois recitais tocando as Variações Diabelli. Já a integral das cinco sonatas para piano e violoncelo serão interpretadas por Antonio Meneses e Ricardo Castro em outubro.
A orquestra pretende retomar em 2021 a programação de 32 semanas sinfônicas, em diversas séries. As assinaturas, contudo, ainda não serão oferecidas. “Hoje, dada a situação da pandemia, só poderíamos oferecer 480 lugares da Sala São Paulo. Vamos aguardar para lançar a venda de assinaturas em fevereiro, quando esperamos poder oferecer toda a lotação”, explicou o diretor Marcelo Lopes.
A nova temporada terá três grandes ciclos. O primeiro será Piazzolla 100 anos, que homenageará o compositor argentino Astor Piazzolla (1921-1992) em seu centenário. Serão apresentadas obras orquestrais e de câmara, com artistas como os pianistas Nelson Goerner, Sergio Tiempo e Pablo Ziegler, músico que participou do grupo do compositor.
O segundo ciclo, explicou Arthur Nestrovski, será o da “escolha do maestro”, que, como o nome diz, foi definido por Thierry Fischer. E o regente titular escolheu o compositor francês Camille Saint-Saëns (1835-1921), cuja morte completa 100 anos em 2021. Serão apresentadas várias obras, entre elas o Concerto para violino nº 3 (com solos de Renaud Capuçon), a Sinfonia nº 3 para órgão, La Foi: Trois Tableaux Symphoniques, bem como peças de câmara.
O terceiro ciclo será dedicado aos 50 anos de falecimento do compositor russo Igor Stravinsky (1882-1971), cujos 3 balés – O pássaro de fogo, Petrouchka e A sagração da primavera – serão apresentados em março, na abertura da temporada.
Participam da temporada os maestros Marin Alsop, Neil Thompson, Isaac Karabtchevsky, Louis Langrée, Martyn Brabbins, Giancarlo Guerrero, Josep Pons, Carlos Miguel Prieto, Diego Matheuz. Entre os solistas, destaque para os pianistas Steven Osborne, Sergei Babayan e Víkingur Ólafsson, além dos já mencionados Montero, Goerner e Tiempo. A violinista Isabelle Faust, o flautista Emmanuel Pahud, o percussionista Colin Currie e o violonista Fábio Zanon voltam a participar da temporada. Durante o ano, a orquestra fará a estreia de obras encomendadas aos compositores Rodrigo Morte, Chick Corea e Caio Facó.
Arthur Nestrovski também falou, que a nova temporada será marcada por uma abertura para o repertório e os artistas latino-americano. “Não é que deixaremos de fazer os brasileiros, mas vamos também programar obras de outros países da região”, afirmou. Consonante a isso, a artista residente convidada será a venezuelana Gabriela Montero e o compositor visitante será o argentino Esteban Benzekry.
O novo regente titular, o suíço Thierry Fischer, disse que está muito animado em trabalhar com a Osesp. Para compensar os percalços de 2020, em 2021 o maestro estará no Brasil durante 20 semanas. “Estou contente de trabalhar no Brasil, fazer parte dessa comunidade. A orquestra está motivada e vamos trabalhar e desenvolver muito. A música, hoje, é mais importante do que nunca”, afirmou.
Fischer destacou a interpretação das primeiras oito sinfonias de Beethoven, que realizará em um período de três meses (a Nona será executada apenas no fim de 2022). A integral de Fischer ficará disponível para escuta no selo digital da Osesp. Em relação ao Saint-Saëns, o maestro afirmou: “quanto mais eu toco, mais eu gosto”.
Já o diretor executivo Marcelo Lopes abordou a questão financeira da orquestra. “Tivemos um ano difícil, com queda de 21% do orçamento, de R$ 109 milhões em 2019 para 86 milhões em 2020. Esperamos que, para 2021, possamos alcançar R$ 110 milhões”, afirmou. Lopes também manifestou sua satisfação com o fato de que os assinantes tenham feito significativas doações de ingressos, “é um sinal da importância da orquestra e da credibilidade que construímos”, afirmou.
Além dos concertos presenciais, a Osesp também seguirá com as transmissões digitais ao vivo. “É uma questão importante do ponto de vista orçamentário, não apenas pela transmissão técnica em si, mas pelos direitos autorais envolvidos”, explicou o diretor executivo.
Questionado sobre as restrições que a pandemia poderia impor à temporada, Nestrovski afirmou que é difícil projetar o futuro, mas que espera que não seja necessário fazer ajustes. “Como grande parte de nossos assinantes tem mais de 60 anos, deverão ser os primeiros a ser vacinados”, finalizou.
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