A cultura e as tradições indígenas marcam os concertos que a Orquestra Sinfônica Municipal faz de hoje a domingo no Theatro Municipal de São Paulo.
O programa Paisagens da Floresta, com direção cênica de Cristiane Paoli Quito, integra a série Novos Modernistas, que propõe a união de múltiplas linguagens à luz de uma discussão que já se antecipa ao centenário da Semana de Arte Moderna, que será celebrado no próximo ano.
As apresentações começam com o grupo Warakdzà, da comunidade indígena Kariri-Xocó, que vive na região do baixo São Francisco, no município de Porto Real do Colégio, em Alagoas (atualmente existe uma comunidade urbana da etnia que migrou para a zona norte de São Paulo). Eles vão levar ao palco do teatro suas tradições de canto, danças e brincadeiras, interpretando o Toré, música tradicional da etnia, carregada de ritual mágico-espiritual que envolve performance corporal e música, unindo dança, religião, luta e brincadeiras.
Na sequência, será realizada uma exibição de projeções de obras do artista indígena Ibã Huni Kuin, que também dará um depoimento e apresentará cantos ao público.
É então que sobem ao palco a orquestra, o Coro Lírico, a soprano Marly Montoni e o violoncelista Rafael Cesário para a estreia em São Paulo da cantata Icamiabas, de João Guilherme Ripper.
“É importantíssimo que a Orquestra Sinfônica Municipal desempenhe cada vez mais o seu papel de realizar grandes estreias musicais na cidade, ainda mais quando se trata de um dos mais importantes compositores brasileiros da atualidade e de um tema essencial para toda a sociedade”, afirma Minczuk.
Para escrever a obra, Ripper inspirou-se em texto do poeta paraense Paes Loureiro, autor de Romance das Icamiabas, míticas guerreiras do Amazonas que habitavam as margens do Rio Nhamundá e constituíam uma tribo exclusivamente feminina. Na obra, há a união entre as Icamiabas e os índios Guaracis para a celebração de Jaci, a Lua, na noite da fertilidade que acontecia na serra Yacy-taperê. Ao amanhecer, as Icamiabas mergulhavam até o fundo do lago Yacy-uaruá (espelho da lua) para trazer o barro esverdeado com o qual modelavam muiraquitãs, que eram oferecidos como amuletos aos seus parceiros.
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