A cena musical brasileira ganha esta semana um novo festival: o Festival de Ópera de Ouro Preto, com direção artística do maestro Guilherme Bernstein e direção geral de Flávia Furtado. Serão apresentadas três produções na Casa da Ópera, o teatro mais antigo do país ainda em funcionamento.
No dia 17, na abertura, uma versão de A flauta mágica, de Mozart, que logo em seguida sobe ao palco em sua integralidade no Palácio das Artes de Belo Horizonte, responsável pela montagem. Em seguida, duas óperas em português: O basculho de chaminé, de Marcos Portugal, e O caixeiro da taverna, do próprio Bernstein.
“O basculho é uma produção da Orquestra Ouro Preto e é fundamental estabelecer esse contato com um grupo local, dirigido pelo maestro Rodrigo Toffolo. E O caixeiro, além de ser também em português, já passou por três cidades só em 2022, então é um espetáculo que está pronto para subir novamente ao palco”, explica Bernstein.
O projeto pretende ainda, a partir do próximo ano, ocupar o Cine Teatro, que permitirá a realização de produções maiores. “Quando falo maiores, não estou me referindo necessariamente a títulos, mas ao caráter da produção.”
A escolha de repertório, explica o diretor artístico, estará guiada sempre pelos cantores à disposição. “Temos uma excelente geração e nosso objetivo é escolher obras que permitam a esses cantores estar no palco. Para o próximo ano, já tenho uma ópera prevista, mas não vou adiantar para não estragar a surpresa. Mas posso dizer que será uma montagem que permitirá a uma grande soprano brasileira brilhar no palco.”
Óperas brasileiras também estarão sempre presentes. “Ainda é cedo para encomendas, mas essa não é uma primeira preocupação. Uma das questões acerca desse repertório tem a ver com a falta de oportunidades para que uma obra suba ao palco mais de uma vez. E isso é importante para se formar um repertório brasileiro permanente, com segundas, terceiras audições de óperas, para que elas não morram logo após nascer.”
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