‘O navio fantasma’, de Wagner, ganha montagem que vai do realismo ao fantástico

por Redação CONCERTO 13/11/2023

Com uma concepção que vai do realismo à ficção fantástica, inspirada nas graphic novels e na Escandinávia do século XX, sobe ao palco do Theatro Municipal de São Paulo, no dia 17, uma nova produção da ópera O navio fantasma, de Wagner. A direção cênica é de Pablo Maritano e a direção musical, de Roberto Minczuk.

Serão dois elencos. Nos dias 17, 19, 22 e 25, cantam o barítono Hernán Iturralde, a soprano Carla Filipcic e o tenor Kristian Benedikt interpretando Erik; nos dias 18, 21 e 24, o espetáculo terá Rodrigo Esteves, Eiko Senda e Ewandro Stenzowski. Luiz-Ottavio Faria (Daland), Giovanni Tristacci (Timoneiro) e Regina Mesquita (Mary) cantam em todas as récitas. 

“A ópera estreou em Dresden, em 1843, e foi vista como divisor de águas na carreira do compositor. ‘Aqui começa minha carreira de poeta e meu adeus ao mero construtor de textos de ópera’, disse Wagner, que escreveu os libretos de todas suas criações para o palco”, escreve Irineu Franco Perpetuo sobre a ópera na edição de novembro da Revista CONCERTO (leia aqui; acesso exclusivo para assinantes).

“Do ponto de vista estrutural, o compositor reivindicava estar ali o embrião da unidade dramática que o fez chamar suas óperas posteriores de ‘dramas musicais’. Wagner afirmou: ‘Lembro que, antes de começar a escrever O navio fantasma, esbocei a balada de Senta do segundo ato, compondo palavras e melodia. Nessa peça, plantei inconscientemente o germe temático da música da ópera inteira: era uma imagem em microcosmo do drama completo, como o via e, quando estava para dar um título para a obra concluída, senti-me tentado a chamá-la de ‘balada dramática’. Na composição final da música, a imagem temática que eu já tinha evocado instintivamente espalhou-se por todo o drama, como um tecido contínuo”, completa.

“A jornada do holandês marca o início da jornada wagneriana na criação operística", diz Maritano. “É também quando ele apresenta o tema do marginalizado, tanto no Holandês, cujo nome sequer sabemos, quanto em Senta, duas pessoas completamente incompreendidas", continua.

A montagem se passa em um tempo entre o período em que a obra foi composta e a atualidade, tendo como enfoque referências mais do século XX. Em contraste com a natureza fantástica da história, “os figurinos têm formas mais secas, utilizando muitas sobreposições de peças, que vão dar muito a ideia do inverno, remetendo ao lugar escandinavo de onde vem a lenda”.

Veja mais detalhes no Roteiro do Site CONCERTO

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Hernán Iturralde, Carla Filipcic e Kristian Benedikt [Divulgação]
Hernán Iturralde, Carla Filipcic e Kristian Benedikt [Divulgação]

 

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