Osesp apresenta ópera ‘O castelo do Barba Azul’, de Bartók, em versão de concerto

por Redação CONCERTO 05/04/2023

A Osesp apresenta nesta quinta, sexta (com transmissão ao vivo) e sábado a ópera O castelo do Barba Azul, de Bartók, com regência de Sir Richard Armstrong e a participação do barítono David Stout e da mezzo soprano Karen Cargill.

A obra foi escrita em 1910 a partir de um libreto de Béla Bálazs. Nele, o dramaturgo cria uma história baseada em episódio real e na ficção de Charles Perrault e Maurice Maeterlink. A estreia se deu em 1918.

Após o prólogo falado, Barba Azul e Judith entram no castelo escuro, onde há sete portas fechadas. Ela pede que ele as abra. Barba Azul resiste, mas acaba cedendo. A primeira porta revela a câmara de tortura do castelo; a segunda, sua sala de armas. Na terceira, estão guardados todos os seus tesouros; a quarta guarda um jardim repleto de flores que, no entanto, estão sujas de sangue.

A ópera narra uma história devastadora e, ao mesmo tempo, tocante. E Bartók cria música capaz de revelar esses significados, diz Richard Armstrong

Por trás da quinta porta está a visão das propriedades do duque, ameaçadas por uma enorme nuvem manchada de sangue. Um lago de lágrimas se esconde atrás da sexta porta. Judith abre, então, a sétima porta, onde encontra as três mulheres anteriores de Barba Azul. Ele explica: foi amado pela primeira durante a manhã, pela segunda ao meio-dia e pela terceira à tarde. Judith, a quarta, será a imagem da noite, a “treva profunda e completa”. Ela se junta às demais, e a porta se fecha. E a cena retorna à escuridão do início da ópera.

“A música é marcada por mudanças constantes de clima, de atmosferas. Cada porta sugere um ambiente sonoro específico e para a orquestra o desafio é criar essas cores tão fortes, tudo isso com uma música tecnicamente muito difícil”, diz Armstrong.

Para o maestro, há enorme originalidade na escrita de Bartók. “Se voltarmos ao começo do século 20, temos o fim de uma era na ópera alemã com as peças de Strauss e, na Itália, o fim de um ciclo representado por Giacomo Puccini. Bartók propõe algo diferente, um outro de tipo visão do que é o teatro e sua relação com a música. O Barba Azul narra uma história devastadora e, ao mesmo tempo, tocante. E Bartók cria música capaz de revelar esses significados.”

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A mezzo soprano Karen Cargill interpreta Judith [Divulgação/AskonasHolt]
A mezzo soprano Karen Cargill interpreta Judith [Divulgação/AskonasHolt]

 

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