Retrospectiva 2022: João Guilherme Ripper, compositor e diretor da Sala Cecília Meireles
A Sala Cecília Meireles voltou gradativamente a receber seu público em 2022 após o difícil período da pandemia de Covid-19. A temporada de 76 concertos realizados entre março e dezembro contou com artistas que se apresentaram no palco da Sala e no Espaço Guiomar Novaes.
Destaco a série com conjuntos de câmara da Filarmônica de Minas Gerais, resultado da parceria firmada entre a Sala e a orquestra; o Festival Mendelssohn, dedicado à integral das obras para cordas, a cargo do Quarteto Carlos Gomes e instrumentistas convidados; o Festival Violoncelo em Foco, com Antonio Meneses, Pavel Gomziakov e outros grandes solistas; os concertos da Série Orquestras, realizados pela OPES, OSUFRJ, OSBM e Johann Sebastian Rio.
Pela #SalaDigital transmitimos 33 apresentações através do YouTube e do Canal 12 da NET, graças à colaboração da TV Alerj. Realizamos a terceira edição do Programa Gestores, concluído com a criação da Sala Prisma, voltada para a integração de diferentes linguagens artísticas, e La Sala, dedicada ao repertório latino-americano. Os participantes programaram, produziram, divulgaram e realizaram quatro concertos no Espaço Guiomar Novaes. Foi gratificante receber o Prêmio da Revista CONCERTO na categoria Inovação para o Programa Gestores.
As celebrações do bicentenário da Independência levaram diversas vezes ao palco minha ópera de câmara Domitila. No Brasil, a Marquesa de Santos foi interpretada por Maria Sole Gallevi, Marly Montoni e Gabriella Pace, em montagem de André Heller-Lopes. A Oficina de Ópera da Unesp coordenada por Abel Rocha também apresentou a ópera com a participação de alunos. E a portuguesa Sara Braga Santos a interpretou com a participação do Toy Ensemble e encenação de Pedro Ribeiro. Em Lisboa, Carla Caramujo estreou a versão da ópera com acompanhamento orquestral encomendada pelo Centro Cultural Belém. A direção cênica ficou a cargo de Carlos Antunes e a Orquestra Metropolitana de Lisboa foi dirigida por Tobias Volkmann.
Carla também foi solista do monodrama Cartas portuguesas no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a Orquestra Petrobras Sinfônica conduzida por Isaac Karabtchevsky. Em dezembro, apresentei o concerto “Tra le righe: musica e poesie de João Ripper” na Sala Palestrina, em Roma. O programa, que incluiu obras vocais e instrumentais, foi interpretado pela soprano Gabriella Pace, violoncelista Kim Bak Dinitzen e pianista Galya Kolarova.
Finalizo prestando homenagem a dois queridos mestres que partiram este ano: Henrique Morelenbaum e Edino Krieger, ambos ex-Diretores da Sala Cecília Meireles e figuras fundamentais de nossa música. O meu reconhecimento é proporcional à gratidão, responsabilidade e privilégio de estar à frente da instituição que eles conduziram para que ela continue a ser a Sala de música e dos músicos.
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