Retrospectiva 2022: Julianna Santos, diretora cênica
Após o retorno gradativo aos palcos durante o ano de 2021, o ano de 2022 parece consolidar os encontros presenciais com o público. Além dos encontros, aparece também o desejo de uma atividade cada vez mais pulsante. O Fórum de Ópera, Dança e Música de Concerto, que desde sua criação atua fomentando o setor, promoveu o encontro Ópera em Pauta, esse ano realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Um dos debates propostos foi sobre o mercado de ópera no Brasil, sendo um dos principais temas a formação de plateia e ampliação desse mercado.
Dentre os trabalhos que realizei em 2022, cito a direção cênica de duas grandes óperas. Uma delas foi a estreia de Aleijadinho, composta por Ernani Aguiar e com libreto de André Cardoso, promovida pela Fundação Clóvis Salgado em Ouro Preto e no Palácio das Artes. A outra ópera foi O barbeiro de Sevilha no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Cito essa experiência pessoal, mas obviamente como parte de uma experiência coletiva, especialmente para comentar sobre o público, que esteve presente na ópera em 2022. O que vi foi um público atento, participativo e ávido como os artistas, que lotou as ladeiras de Ouro Preto e os grandes teatros. Em ambos os casos a sensação de um ano de renascimento, sendo o trabalho em conjunto o bem mais valioso quando tudo está precisando se reerguer.
A ópera em 2022 se afirma como arte viva que se pensa em relação ao seu tempo e espaço. Resiste e caminha com a nossa história. Estamos acompanhando uma proliferação de óperas brasileiras sendo construídas, estimuladas, montadas. 2023 promete também ser um ano de muitas novas produções artísticas, inéditas, fomentando esse movimento que começou e que parece ganhar força.
Estou bastante otimista, acredito no trabalho sério que vem sendo feito para o crescimento constante da ópera no Brasil. Estamos trabalhando e isso significa que a ópera está de pé, viva e pulsante. Não poderia deixar de reforçar a importância e necessidade para 2023 do compromisso do setor público, fundamental para o desenvolvimento constante da cultura.
Viva a ópera!
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