Retrospectiva 2022: Luciana Medeiros, jornalista
Atravessamos um ano que foi pura tensão – nas searas política, econômica e sanitária. Esse 2022 ficará tatuado na lembrança de quem passou por pandemia e pugilato eleitoral, em meio a guerras ideológicas e o temor pelo país. Sem falar na tia do zap... A produção artística não ficou fora disso e nossa área, da música e da ópera, reagiu em 2022 com as duas possíveis atitudes: rendição ou esforço de recuperação.
O Rio de Janeiro, infelizmente, teve poucos momentos de alegria no resgate da criação e da fruição. O Theatro Municipal, instituição ligada ao estado, sofreu com orçamento restrito. Foram apenas duas óperas no ano. Há alguma luz no fim do túnel com os corpos artísticos recompostos por contrato temporário, e a chegada de Felipe Prazeres à regência titular da orquestra. Torçamos.
A solitária joia foi, mais uma vez, a Sala Cecilia Meireles, sob a direção de João Guilherme Ripper, com uma programação de altíssimo nível em sua vocação de espaço de câmara e também orquestral. Houve aqui e ali deliciosas novidades – uma nova orquestra, a Rio Villarmônica; um projeto que reuniu música, ideias e arquitetura, o Fima de Pablo Castellar.
Na educação musical, segue a coragem de Fiorella Solares com sua Ação Social pela Música no Brasil; e a combinação de esforços da UFRJ e da Funarte com o excelente projeto Sinos. A nota triste, tão triste, é a perda de Edino Krieger bem no final desse ano, homem gigantesco no amor à música, ao Brasil, usando todo o seu talento criador e gestor para mudar a música no país. Vai deixar uma saudade enorme, mas que deixe também uma inspiração para todos nós.
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