Retrospectiva 2022: Marcelo Lopes, diretor executivo da Fundação Osesp
Para a Osesp, o balanço de 2022 é bastante positivo em vários sentidos. No aspecto artístico, foi com alívio e esperança renovada que conseguimos, ao fim de três anos, ter um sentimento de retorno à normalidade. A temporada, nomeada Vasto Mundo: Clássicos Modernistas, em celebração à Semana de Arte Moderna, transcorreu quase completamente como planejada. Apresentando um arco de cem anos de música de altíssima qualidade, a Osesp ofereceu ao público um panorama da melhor produção da música clássica nesse período.
Parece que 2022 foi uma lufada de ar novo para músicos e plateia, levando para longe as dificuldades dos anos em que a pandemia nos obrigou a ajustes inesperados. A volta do público à Sala São Paulo ainda não ocorreu de forma plena, mas esse é o desafio que se nos apresenta para os próximos tempos. Dificuldades com o entorno da sala ainda persistem e provavelmente é o obstáculo maior para que possamos oferecer à cidade um equipamento com todo seu potencial de fruição.
No aspecto institucional, houve mudanças importantes. Após 13 anos de um trabalho importante e bem realizado, Arthur Nestrovski, um parceiro muito querido, passou o bastão do planejamento artístico da Osesp para Thierry Fischer que, certamente, vai dar novos rumos e velocidade ao desenvolvimento técnico e artístico da orquestra.
Não foi um ano sem dores. As incertezas relacionadas à utilização dos recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura foram nossas maiores dificuldades. Sobrevivemos, mas as alterações regulatórias implementadas engessaram esse fundamental mecanismo de financiamento e há necessidade premente de sua revisão.
Mas temos muito há celebrar. Os concertos da Osesp em Nova York, a convite do Carnegie Hall foram históricos, pela oportunidade que tivemos de colocar a música brasileira em destaque e pelo reconhecimento da qualidade da orquestra, uma construção coletiva, de muitas gerações. O sucesso da Osesp é uma conquista da sociedade e assim seguiremos nossa tarefa de dignificar a música e os músicos do país.
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