Roberto Minczuk: vitórias após anos de superação

por Redação CONCERTO 10/01/2023

Retrospectiva 2022: Roberto Minczuk, maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal e diretor musical da New Mexico Philharmonic (EUA) 

O ano de 2022 foi de muita luta, mas de muita superação. Começamos com um pico de casos de Covid – eu mesmo cancelei três concertos em janeiro por estar doente, e tive Covid novamente em julho. O Theatro Municipal de São Paulo iniciou sua temporada lírica com três estreias mundiais: Navalha na carne, de Leonardo Martinelli, Homens de papel, de Elody Bouny, e Café, de Felipe Senna. Na sequência levamos ao palco Aida, primeira ópera a ser cancelada em março de 2020, já nos últimos ensaios. Então retomar a temporada de Aida foi uma grande vitória, ainda que, mesmo em 2022, tenha sido necessário substituir tanto cantores do coro como solistas e músicos da orquestra por conta da Covid. Mas pudemos fazer uma grande produção, com a direção de Bia Lessa, como estava prevista em 2020.

Vale a pena ressaltar que todas as nossas produções são registradas com altíssimo nível de qualidade e estão disponíveis no YouTube para que as pessoas possam conferir. A temporada teve continuidade com a remontagem de O cavaleiro da rosa de Richard Strauss, uma das mais imponentes óperas de toda a história, com uma remontagem que foi ainda melhor e mais bela do que a versão de 2018, ambas com direção de Pablo Maritano e grande elenco.

Terminamos nossa temporada de óperas com a produção de O amor das três laranjas, de Prokofiev, uma grande produção, que deu a oportunidade para que muitos cantores brasileiros fizessem sua estreia no Municipal, dentre eles Jean William, tenor brasileiro que ali pôde demonstrar toda a sua capacidade e talento, ao lado de outros grandes cantores de nossa cena musical, o que muito nos orgulha.

Já na nossa série de concertos fizemos um tributo a Renata Tebaldi lembrando seu centenário, recebendo, entre outros, a grande soprano Maria Pia Piscitelli. E na nossa série de concertos sinfônicos, além de clássicos como a quinta sinfonia de Mahler, fizemos também “Brahms total”, um programa com as quatro sinfonias de Brahms num único final de semana.

Mas também tivemos obras modernas muito relevantes: Erwartung, de Schoenberg, obras de Ligeti, a estreia de uma obra da finlandesa Kaija Saariaho, uma das principais compositoras da cena contemporânea. Sempre juntando o repertório tradicional com o atual, contemporâneo.

A Orquestra Sinfônica Municipal também participou de uma produção de balé que teve Sixty-Eight de John Cage, uma peça revolucionária da história da música, juntamente com a Sinfonia Inacabada de Schubert, numa lindíssima produção do balé da cidade.  

[Clique aqui para ler outros depoimentos publicados na Retrospectiva 2022 da Revista CONCERTO.]

Roberto Minczuk

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