Retrospectiva 2022: Rodrigo Toffolo, diretor e regente titular da Orquestra Ouro Preto
Em uma das muitas viagens a Ouro Preto, acompanhado por diversos músicos que, nestes 22 anos, vêm colaborando com a história da Orquestra, guardo algumas na memória como ensinamentos para toda a vida – pois, já dizia Noel, “ninguém aprende samba no colégio”.
Na estrada que liga Belo Horizonte à cidade histórica, temos que passar pela Serra da Santa, com suas curvas que parecem não acabar nunca. Nesta estrada, alguns bons anos atrás, Nelson Ayres me contava sobre a efervescência do cenário musical em São Paulo, onde diversos grupos se apresentavam, e me disse algo que levo para toda a vida: os músicos precisam “cativar” o público.
Parece algo bobo, ou até óbvio, mas não é. Ele não mencionou a palavra “cativar”, por isso a coloquei entre aspas, mas o contexto era esse. Não há ativo maior ao artista que seu público. Qualquer premiação, distinção, diplomação ou medalha não chega nem perto da importância de se fazer música dentro de um teatro para o público que ali está. E o ano de 2022 simboliza isso, na sua mais pura essência.
Assistir a um espetáculo ao vivo, qualquer que seja, é algo singular e nunca haverá um substitutivo à altura, em nenhum outro formato, pelo menos assim penso eu. A agenda turbulenta pela retomada nos colocou frente a frente com nossa plateia e tivemos mais uma vez a certeza de que estávamos completos. Nossa escolha (de vida) fez sentido mais uma vez. Aplausos, risos, lágrimas ou até incômodo (por que não?), estavam de volta. Um ano de começos, recomeços, encontros e reencontros. Um ano que precisávamos ter, e, tivemos.
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