Retrospectiva 2022: Sidney Epelman, presidente da Tucca e diretor da série Música pela Cura
Para a Tucca, o ano de 2022 foi bonito, com casa cheia. Levamos os artistas da série internacional para conhecer nosso trabalho na saúde nos ambulatórios; alguns tocaram lá, e foram todos muito sensíveis. E parece que isso faz com que no palco acabem tocando com mais envolvimento e sensibilidade. Inclusive, tivemos uma novidade: foi a primeira vez em 20 anos que um dos artistas doou o seu cachê ao projeto. O violinista Nemanja Radulovic, que fez um recital de violino e piano em abril, foi no ambulatório conhecer o projeto no dia anterior ao concerto e não quis receber.
A temporada internacional ainda teve atrações como o pianista César Camargo Mariano e a cantora Patty Austin, Pat Metheny com dois dias esgotados no Teatro Alfa, e uma atração extra assinatura, o cantor francês Nicola Són, na Casa Natura Musical. Essa mistura de jazz e música clássica, e até música popular brasileira, nos diferencia de outras séries, abrindo os horizontes.
Já a série infantil Aprendiz de Maestro fez 20 anos, sempre com muito sucesso. O último espetáculo do ano teve lotação esgotada. O público dos espetáculos infantis me parece que voltou plenamente aos concertos, ao contrário do público dos espetáculos adultos – parece que ainda há um retraimento por conta da Covid.
Tivemos um período de adaptação por conta das mudanças na Lei Rouanet, para poder dar continuidade à série sem prejudicar nossa temporada 2023. No nosso caso, temos desafios para encarar em duas frentes: não apenas na cultura, mas também na saúde – a situação da saúde pública, e especificamente da oncologia, é muito séria.
Em 2023 teremos uma temporada bem interessante. Nos concertos internacionais, atrações como violonista Al di Meola, o pianista Marc-André Hamelin e, encerrando a temporada, a Vortex Orchestra, com uma versão completa e semi-encenada de Sonhos de uma noite de verão, de Mendelssohn, com regência do maestro brasileiro João Rocha.
Na série Aprendiz de Maestro a ideia é fazer não apenas um, mas dois espetáculos inéditos na temporada. E quem sabe fazer mais de uma apresentação por espetáculo. Para nós, quanto mais apresentações fizermos e quanto mais lotado os concertos tiverem, mais temos possibilidade de curar crianças. Então é um duplo prazer fazer essas séries, pela cultura e pela promoção da saúde. Temos esperança de que as coisas irão melhorar em ambas as áreas. Deixo aqui o convite para quem quiser participar: ir aos concertos, ser voluntário, fazer doações ou saber mais sobre a Tucca. Estamos de portas abertas.
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