No Teatro Sérgio Cardoso, Les Sylphides e Giselle – Ato II dividem o palco com os contemporâneos Só Tinha de Ser com Você e Agora em espetáculos presenciais e virtuais
Junho marca a abertura da temporada 2021 da São Paulo Companhia de Dança, corpo artístico mantido pelo governo do Estado de São Paulo. Entre os dias 17 e 20, o grupo apresenta Les Sylphides (Chopiniana), com remontagem assinada por Ana Botafogo, e Só Tinha de Ser com Você, de Henrique Rodovalho. Na semana seguinte, entre os dias 24 e 27, a SPCD estreia o Giselle – Ato II, com remontagem de Lars Van Cauwenbergh, acompanhado de Agora, de Cassi Abranches.
Serão no total 8 apresentações no Teatro Sérgio Cardoso, com público presencial e transmissão ao vivo pela internet pelo canal da SPCD no YouTube e pela plataforma Cultura em Casa. Os espetáculos de quinta a sábado acontecem às 19h; os de domingo às 17h. Atendendo aos protocolos sanitários, as apresentações terão plateia limitada e duração aproximada de 1 hora, sem intervalo.
A Temporada 2021 da São Paulo Companhia de Dança leva o título “Tempo da Travessia”, inspirado em poema escrito por Fernando Teixeira de Andrade (1946-2008): “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”. Para a diretora da SPCD, Inês Bogéa, o poema espelha o momento da Companhia diante da pandemia: “No último ano, vivemos desafios que nos levaram a criar novas maneiras de permanecer ativos e compartilhar a arte a diferentes públicos. A Temporada 2021 reflete justamente esse movimento de resistência da dança”.
A São Paulo Companhia de Dança ainda promoverá palestras introdutórias sobre cada programa, nos dias 16 e 23, às 18h, também pelo canal da SPCD no YouTube e na plataforma Cultura em Casa. E nos dias 18 e 25, às 15h, serão realizados dois espetáculos gratuitos voltados para estudantes e público da terceira idade.
Os ingressos para a Temporada da São Paulo Companhia de Dança podem ser adquiridos pela plataforma sympla.com.br, nos valores de R$ 70 (plateia/inteira) e R$ 45 (balcão/inteira). Confira mais detalhes no Roteiro.
Acompanhe abaixo a ficha técnica das obras (por ordem de apresentação) divulgada pela assessoria de imprensa da São Paulo Companhia de Dança:
Les Sylphides (Chopiniana) (2021) - ESTREIA
Remontagem: Ana Botafogo, a partir da obra de 1909 de Mikhail Fokine (1880-1942)
Música: Frédéric Chopin (1810-1849)
Iluminação: André Boll
Figurino: Tânia Agra
Cenografia: Fábio Namatame
Assistência de Remontagem: Teresa Augusta
Este clássico evoca a era romântica do balé para retratar o encantamento de um poeta sonhador pela dança das sílfides, seres mágicos que habitam as florestas. Sob o luar, elas materializam o ato poético em seus movimentos e desenham o palco com arabescos, resultando em uma obra de grande beleza contemplativa.
Só Tinha de Ser com Você (2020)
Coreografia e Iluminação: Henrique Rodovalho
Músicas: Faixas do álbum Elis & Tom, com composições de Aloísio de Oliveira (1914-1995), Antonio Carlos Jobim (1927-1994) e Vinicius de Moraes (1913-1980)
Figurino: Cássio Brasil
Cenografia: Letycia Rossi
Assistência de Coreografia: Vivian Navega
A obra Só Tinha de Ser com Você é uma sensível e singular releitura coreográfica do álbum Elis & Tom (1974), clássico da música brasileira. Este grande sucesso do coreógrafo Henrique Rodovalho foi criado originalmente em 2005 para sua companhia, a Quasar Cia de Dança, e, agora, ganha uma versão especial pensada para os bailarinos da São Paulo Companhia de Dança. “Esta primeira remontagem de um espetáculo da Quasar Cia de Dança ‘só tinha de ser’ com a SPCD. É um belo encontro do estilo Quasar/Rodovalho de dançar com todo o aprimoramento técnico da São Paulo Companhia de Dança”, comenta Rodovalho.
Giselle – Ato II (2021) - ESTREIA
Remontagem: Lars Van Cauwenbergh, a partir da obra de 1841 de Jules Perrot (1810-1892) e Jean Coralli (1779-1854)
Música: Adolphe Adam (1803-1856)
Iluminação: Wagner Freire
Figurino: Marilda Fontes
Cenografia: Vera Hamburger
Assistência de Cenografia: Fernando Passetti
Execução de cenografia (boca de cena e túmulo): Jorge e Denis Produções Cenográficas
Tratamento de Imagens: MR Estúdio Digital
Iconografia: Telão: foto de Cássio Vasconcellos/Bridgeman Images
Pernas: composição com gravuras de Jean Baptiste Debret cedidas pela Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin; de Charles Othon Frederic Jean-Baptiste de Clarac e de Friedrich Philipp von Martius (a partir de Thomas Ender e de Benjamin Mary) - Coleção Martha e Erico Stickel – cedidas pelo Acervo Instituto Moreira Salles
Este marco do balé romântico acompanha o romance entre a aldeã Giselle e Albrecht, um nobre disfarçado de camponês. Após ser traída por ele, a jovem, que tem o coração frágil, morre. No segundo ato, o príncipe, tomado pelo remorso, visita o túmulo de Giselle, mas é atacado pelas Willis. Elas são espíritos de moças mortas antes do casamento devotados a fazer os homens que ali aparecem a dançarem até seu próprio fim. Giselle – agora também uma willi – busca a todo custo proteger seu amado. O tom de despedida domina a cena: Giselle está pronta para perdoar Albrecht e deixá-lo partir em paz.
Agora (2019)
Coreografia: Cassi Abranches
Trilha Sonora Original: Sebastian Piracés
Iluminação: Gabriel Pederneiras
Figurino: Janaína Castro
Agora explora a palavra tempo em seus possíveis significados: musical com dinâmicas e sonoridades; cronológico com lembranças e expectativas; temperatura com diferentes graus e intensidades. A coreógrafa esculpe os movimentos no corpo de cada bailarino a partir dos ritmos musicais da trilha composta por Sebastian Piracés, que utiliza bateria e elementos de percussão afro-brasileiros, misturados ao rock contemporâneo e ao canto. A obra recebeu o Prêmio APCA de melhor coreografia de 2019.
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