A obra Contemplações, do compositor Igor Maia, foi a vencedora da 12ª edição do Festival Tinta Fresca, da Filarmônica de Minas Gerais. A final do concurso foi realizada na noite de quarta-feira, na Sala Minas Gerais, quando o grupo apresentou, sob regência de José Soares, as seis peças concorrentes. As obras Sacro Sonoro, de Lucas Pigari, e Ainulindalë, de José Corrêa, receberam menção honrosa.
Como prêmio, Maia recebe a encomenda de uma obra a ser apresentada na temporada 2025. A comissão julgadora, formada pelos compositores André Mehmari, João Guilherme Ripper e Leonardo Martinelli, avaliou 42 partituras de autores de vários estados brasileiros. Destas, seis obras foram escolhidas e interpretadas pela Filarmônica de Minas Gerais. Durante a preparação, seus compositores participaram ativamente dos ensaios, interagindo com orquestra e regente, bem como com o júri, a fim de conhecer, com maior profundidade, diferentes visões sobre seus trabalhos.
“É uma grande alegria ter vencido novamente o Prêmio do Festival Tinta Fresca e ter minha obra interpretada pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Esse festival é de importância única no cenário musical brasileiro, fomentando a criação de música nova e proporcionando a oportunidade de ouvir composições de colegas talentosos e de interagir com o júri e os músicos da orquestra, com uma experiência enriquecedora. Receber como prêmio uma encomenda para a temporada de 2025 é uma honra, o que reforça meu entusiasmo em compor para essa orquestra de prestígio e excelência artística", diz Maia.
“As obras finalistas, deste ano, tiveram bastante contraste entre si. Não havia uma unidade de estilos, mas, sim, vozes bem diversas dos compositores”, diz Mehmari. “A peça vencedora do Igor Maia, Contemplações, possui muito vigor criativo, uma variedade expressiva e uma originalidade porque ela parte de corais luteranos e faz uma referência muito respeitosa e muito bonita à música de Bach”, completou.
Maia é de Campinas e regente e doutor em Composição pelo King's College de Londres. Contemplações, segundo ele, é inspirada no hino medieval Jesus Christus, nostra salus (Jesus Cristo, nosso Salvador), atribuído a Jan z Jenstejna, e em um coral e um prelúdio coral de J. S. Bach. Percorre, de forma contemplativa, partes de uma catedral em quatro movimentos: Entrada, Mosaico, Vitral e Coro.”
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