Cristian Budu vai dirigir escola e festival de piano em Ouro Preto 

Uma nova escola de piano acaba de ser criada pelo pianista Cristian Budu nos arredores de Ouro Preto, em Minas Gerais. Ela vai integrar as atividades da Escola Saramenha de Artes e Ofícios, que também contempla outras áreas artísticas.

A escola foi criada por Paulo Rogério Lage em um antigo ateliê de cerâmica e azulejaria que resgata a técnica saramenha, que utiliza barro escuro e obtém aspecto vidrado por meio de um verniz especial feito com pigmentos metálicos.

Além da cerâmica, o espaço desenvolve trabalhos e oficinas artesanais em outras áreas, abrindo-se para as artes cênicas, o design, a literatura, o cinema, a arquitetura, o urbanismo, o patrimônio e humanidades em geral.

E foi nesse contexto que Budu estabeleceu as bases do centro de estudos e aprimoramento pianístico. A filosofia por trás da Escola de Piano se baseia, ele explica, na ideia de que toda atividade deve estimular a criatividade e o senso crítico auditivo. O objetivo é que o aluno possa seguir desenvolvendo as propostas que lhe são apresentadas tendo em vista tanto a necessidade de aprofundamento das capacidades musicais quanto a existência de um campo profissional em constante transformação.

De acordo com Budu, a metodologia visa “desenvolver a expressividade consciente de cada pianista, com a premissa de que toda ferramenta técnica tem um propósito sonoro e musical - ainda que importantes questões técnico-mecânicas sejam regularmente abordadas, sempre em concordância com o reconhecimento auditivo”.

O texto de fundação da escola afirma que “atividades camerísticas e colaborativas são promovidas como parte fundamental, já que a música em conjunto é essencial na formação”. “Vê-se cada vez mais necessário que seja estimulada a prática camerística tanto pelas questões pedagógicas quanto mercadológicas, mas principalmente porque nela se encontra latente, e em diversos níveis, o cultivo do importante conceito de diálogo.”

A escola vai realizar residências artísticas e festivais. Nas residências, o objetivo é que um(a) pianista, individualmente ou em conjunto, passe um período no espaço da escola, desenvolvendo projetos e interagindo com outros núcleos do projeto.  Já os festivais são períodos de imersão em que jovens pianistas recebem bolsas de estudos que contemplam, além de alojamento e alimentação no local, aulas e master classes diárias. Também podem ser promovidas atividades complementares como palestras, saraus, atividades em meio à natureza, exercícios de consciência corporal, oficinas em outras áreas artísticas, entre outras. Durante e ao final do período os bolsistas participam de concertos e apresentações.

A primeira edição do festival, com direção artística de Budu, será realizada entre os dias 7 e 17 de julho, e as inscrições podem ser feitas até o dia 31 de maio (mais informações aqui). O evento já estabeleceu parceria com o Festival Artes Vertentes de Tiradentes, e um bolsista será selecionado para participar como camerista do festival, que será realizado entre os dias 15 e 25 de setembro.

Na área de música, a Escola Saramenha de Artes e Ofícios também conta com cursos sobre regência e música orquestral, com o maestro Rodrigo Toffolo, da Orquestra Ouro Preto, e vai realizar também em julho um encontro dedicado a cantores, com o professor Francisco Campos. 

Leia também
Notícias Com nova sede e parcerias, Núcleo de Ópera da Bahia apresenta temporada
Notícias Festival de Campos do Jordão anuncia datas para inscrições de bolsistas
Colunistas Intensidade no retrato de um mundo desolado e austero, por Jorge Coli