A compositora Jocy de Oliveira lança na quarta-feira, na Livraria da Travessa, em Pinheiros, o livro Alucinações biográficas. O lançamento terá a participação de Anna Maria Kieffer, Laiana Oliveira e Camila Fresca.
O livro é uma síntese tanto do caminho percorrido pela compositora quanto da relação que estabeleceu com suas personagens femininas. E faz isso por meio das memórias mais longínquas da infância. “Um dia acordei com uma profusão de imagens de um passado esquecido, como se um compartimento da mente se abrisse e me transportasse para cenas que eu de repente passava a vivenciar com detalhes”, conta Jocy.
“O livro, como quase todo meu trabalho, enfoca o papel da mulher e as questões de gênero. Ele é escrito como um diálogo com minhas personagens mulheres e as personagens que povoaram minha infância, reais ou ficcionais”, explicou ela a Camila Fresca, em texto publicado na edição de setembro da Revista CONCERTO (leia aqui; acesso exclusivo para assinantes).
Ainda segundo Jocy, a obra é a reunião de um universo de imagens, sons, cheiros e sabores, impressões de uma criança entre o factual e o ficcional, que caracteriza a narrativa – um projeto que não se esgota no livro e que também se desdobrará numa ópera. “Se as memórias me são sopradas pelo inconsciente ou pela faixa onírica da imaginação, não sei. E isso importa?”, pergunta-se. “O que importa é que hoje, ao examinar as imagens que meu olhar de criança captou, posso fazer uma leitura muito mais profunda ou decodificar códigos incompletos que se transformam em eventos vividos mais tarde em minha vida.”
Em texto na contracapa do livro, o jornalista João Luiz Sampaio aborda o caráter da obra:
“Em 1961, a compositora Jocy de Oliveira apresentou, em São Paulo e no Rio de Janeiro, um espetáculo que marcaria a vida musical brasileira. Em Apague meu spotlight, não havia sequência nem história, pois, como ela afirmou à época, ‘em torno de nós não há sequência, não há histórias; há apenas spotlights que se acendem e se apagam docemente, sem o meno ruído. O mundo é aparência, existem aqueles que criamos dentro de nós mesmos’. Seis décadas depois, o espírito criativo e original de Jocy não arrefeceu, muito pelo contrário. E, nessas alucinações autobiográficas, ela une vida e obra, lembranças e personagens para nos falar, uma vez mais, dos caminhos da criação, da memória e da importância de questionarmos a realidade à nossa volta, acendendo e apagando spotlights em sua trajetória – e nos lembrando, com isso, do próprio significado da arte”, escreve.
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