A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo apresenta neste final de semana um programa sinfônico sob regência da maestra Mariana Menezes, regente associada da Filarmônica de Goiás e um dos principais nomes da nova cena musical brasileira.
O programa começa com a suíte do balé O café, de Claudio Santoro, dedicada ao maestro Edoardo de Guarnieri em 1953. Viúva do compositor, a bailarina e coreógrafa Gisèle Santoro ajuda, neste texto, a colocar a obra em perspectiva.
“A suíte situa-se já dentro da fase nacionalista do autor. A preocupação com temas de interesse nacional era uma constante nos intelectuais da época: músicos, pintores, escritores, jornalistas. Temos, como exemplo mais conhecido, o quadro homônimo O café, de um metro e trinta centímetros de altura por um metro e noventa e cinco centímetros de largura, pintado com tinta a óleo sobre tela de tecido, em 1935, por Candido Portinari. Como Santoro e o maestro Edoardo de Guarnieri, Portinari era filiado ao Partido Comunista Brasileiro", escreve.
"O ano de 1953 foi igualmente o ano em que Claudio Santoro fez sua primeira viagem à União Soviética e o ano de composição de três obras muito significativas para a música brasileira: a Quarta sinfonia, com coros, o terceiro Quarteto de cordas e o Ponteio, para orquestra de cordas.”
Menezes rege então o Dueto concertino para clarinete e fagote, de Strauss, com Tiago Nagel e Matthew Taylor como solistas. E em seguida duas obras marcantes do repertório francês: Jeux, de Debussy, e o Bolero, de Ravel.
A Orquestra Sinfônica Municipal volta ao palco nos dias 26 e 27, com um programa que tem como destaque a Sinfonia nº 10 de Shostakovich, com regência de Roberto Minczuk.
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