Orquestra Jovem do Estado interpreta 'Nona sinfonia' de Mahler na Sala São Paulo

por Redação CONCERTO 15/10/2022

A Orquestra Jovem do Estado apresenta neste domingo, dia 16, um dos programas mais importantes de sua temporada. O grupo vai interpretar a Sinfonia nº 9 de Mahler, peça que está entre os grandes monumentos sinfônicos do repertório. A apresentação será transmitida ao vivo pela internet.

A regência é do maestro Claudio Cruz. Além do concerto deste final de semana, o grupo, ligado à Escola de Música do Estado de São Paulo, fará ainda duas apresentações este ano. Em novembro, o maestro convidado Fabio Mechetti rege programa com obras de Ibert, Strauss e o Concerto para piano nº 1 de Brahms, que terá como solista o pianista Jonathan Fournel, vencedor do Concurso Rainha Elizabeth. E, em dezembro, Claudio Cruz comanda a orquestra na estreia mundial de uma peça de Paulo Zuben e na cantata Alexander Nevsky, de Prokofiev, com o Coral Jovem do Estado.

A Sinfonia nº 9 de Mahler foi escrita em 1909, com Mahler ainda sobre o impacto de acontecimentos marcantes em sua vida: em 1907, ele deixou o cargo de diretor da Ópera de Viena, testemunhou a morte da filha Maria, vítima de difteria e descobriu que sofria de um problema congênito no coração. 

“Se a Sinfonia nº 9 é um dos símbolos da tendência, sempre muito forte na fortuna crítica de Mahler, de associar vida e obra, também é prova de que essa ligação se dá por mecanismos complexos. Uma prova disso foi fornecida pelo compositor Alban Berg, quando escreveu, em uma carta a sua mulher, sobre o impacto provocado pela audição da Nona. A presença do fim, ele reconhece, é muito forte. O que lhe parece mais importante, no entanto, é a expressão de um amor inédito por esta terra, de um desejo de viver nela em paz... até que a morte se aproxime”, escreve João Luiz Sampaio em texto publicado na edição de julho de 2014 da Revista CONCERTO [a íntegra pode ser lida na seção Acervo do Site CONCERTO; clique aqui].

“Em outras palavras, em uma obra como a de Mahler, construída sobre a dualidade, fazendo conviver a nostalgia e a ironia, o sentimental e o moderno, nada pode ser tão óbvio. No caso específico da Nona sinfonia, talvez seja mais interessante compreender morte e vida como alegorias de uma sensação de não pertencimento a um mundo do qual, paradoxalmente, não é possível se distanciar. E, em música, isso talvez se traduza pela opção de levar ao extremo elementos do Romantismo, ‘abalados pelo trauma de nascimento da modernidade e recuperados sob uma nova perspectiva, que oscila entre a ironia e a violência’, nas palavras do filósofo Jorge de Almeida”, completa. 

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Orquestra Jovem do Estado [Divulgação]
Orquestra Jovem do Estado [Divulgação]

 

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