Osesp apresenta sinfonias de Scriabin sob regência de Pierre Bleuse

por Redação CONCERTO 06/11/2025

O maestro Pierre Bleuse desembarca em São Paulo para duas semanas de apresentações com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Ele é diretor artístico do Ensemble Intercontemporain, de Paris, e regente titular da Sinfônica de Odense, na Dinamarca. 

Nesta semana, nos dias 6, 7 e 8, a música russa compõe o programa. As apresentações começam com duas obras de Alexander Scriabin, a Sinfonia nº 4, O poema do êxtase e a Sinfonia nº 5, Prometeu, o poema do fogo. São obras bastante representativas da proposta do compositor de transformar a consciência humana por meio de sua música. Em Prometeu, o solista, ao piano, será o francês Jean-Frédéric Neuburger. 

"Entre julho de 1903 e fevereiro de 1904, Scriabin escreveu cerca de quarenta obras, incluindo sua terceira sinfonia. Todas já refletem sua transição para uma concepção mística da música e do mundo, influenciada pela teosofia que conhecera na Suíça. Tendo Nietzsche como guru, ele inaugura uma nova fase, que se radicalizou até sua morte, em 1915. A quarta sonata para piano, por exemplo, já não obedece aos parâmetros convencionais do gênero. É um poema em dois movimentos: um andante e um prestíssimo”, escreve João Marcos Coelho em sua coluna da edição de novembro da Revista CONCERTO [leia aqui; acesso exclusivo para assinantes].

“Escrito entre 1904 e 1907, o Poema do êxtase nasceu como um longo poema, em oito páginas, que fala do itinerário do espírito através do espaço, liberado do corpo físico, como na teoria do super-homem de Nietzsche. Há quem diga que aqui Scriabin foi mais longe, no uso do cromatismo, que Wagner em Tristão e Isolda. Prometeu é turbulento, cósmico, místico, muito interessante e pouco conhecido. Foi sua derradeira composição sinfônica, que, pela concepção musical e filosófica, é prolongamento ou consequência natural de Poema divino e Poema do êxtase. Aqui ele utiliza o teclado de luzes, onde cada som corresponde a uma cor que é projetada no ambiente quando tocada. O efetivo orquestral é gigantesco. Madeiras e metais são ampliados, e, além disso, participam um órgão, duas harpas, celesta, coro misto e piano.”

Em seguida, a Osesp interpreta uma das obras mais importantes do repertório, A sagração da primavera, de Stravinsky. A estreia da obra, em Paris, em 1913, foi momento marcante da música do século XX, pela escrita do compositor, em especial no que diz respeito à rítmica, causando espanto e polêmica (no domingo, dia 9, na série Concertos Matinais, a Osesp toca a Sagração e a Sinfonia nº 5). 

Na semana seguinte, dias 13, 14 e 15, Bleuse e Neuburger voltam a se apresentar, agora com um programa de corte francês. De Debussy, será tocado o Prelúdio para a tarde de um fauno; de Ravel, o Concerto para piano; e, de Saint-Saëns, a Sinfonia nº 3, Órgão

No dia 16, Neuburger, professor no Conservatório de Paris, sobe ao palco da Estação Motiva Cultural para recital solo: o programa tem a Sonata nº 13 de Schubert; trechos dos Prelúdios de Debussy; La valse, de Ravel; e a Sonata de Liszt.

Veja mais detalhes no Roteiro do Site CONCERTO


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O maestro Pierre Bleuse [Divulgação/Mathias Benguigui]
O maestro Pierre Bleuse [Divulgação/Mathias Benguigui]

 

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