Osesp dá sequência a Festival Schubert com Katharina Wilcor e Paul Lewis

por Redação CONCERTO 10/10/2024

Concerto da orquestra terá a Inacabada e a Missa nº 5; Lewis interpretará as últimas sonatas do compositor

A Osesp inicia nesta quinta-feira nova etapa do seu Festival Schubert, um dos eixos da temporada 2024, em que o grupo celebra sete décadas de existência. Hoje, amanhã e sábado, a orquestra recebe a maestra Katharina Wincor para um programa com a Sinfonia inacabada e a Missa nº 5, com participação do tenor sul-africano Lunga Eric Hallam e dos brasileiros Linda Mendes (soprano), Luciana Bueno (mezzo soprano) e Vitor Santos Bispo (barítono). Já no dia 13 e no dia 20, o pianista Paul Lewis faz dois recitais nos quais vai interpretar as últimas sonatas para piano do compositor.

“A música de Schubert vive de sutileza e de sentimentos muito pessoais, íntimos. Eles são incrivelmente fortes, mas podem requerer mais trabalho no processo de ensaio, pois é preciso moldar cada detalhe com bastante cuidado”, diz Katharina Wincor em entrevista publicada na edição de outubro da Revista CONCERTO [leia aqui; acesso exclusivo para assinantes].

Li e ouvi numerosas teorias sobre a Inacabada. A mais inspirada pela biografia de Schubert refere-se a um documento datado de não muito tempo antes dos dois movimentos e meio que temos da obra. Ele a chama de ‘meu sonho’ e escreve sobre a morte de sua mãe, ocorrida dez anos antes. Nos dois movimentos acabados, podemos sentir a tumba, as memórias de infância, dor, amor, mas também esperança e consolação. Não sou – pelo menos ainda – alguém que acredita em uma verdade definitiva em relação a essas teorias, mas certamente acho interessante pensar um pouco nelas, diz Wilcor

 “A Inacabada é famosa e popular no mundo inteiro. Certamente as especulações sobre por que Schubert não acabou essa sinfonia fizeram a obra ainda mais conhecida. Li e ouvi numerosas teorias sobre esse tópico. A mais inspirada pela biografia de Schubert refere-se a um documento datado de não muito tempo antes dos dois movimentos e meio que temos da obra. Ele o chama de ‘meu sonho’ e escreve sobre a morte de sua mãe, ocorrida dez anos antes. Nos dois movimentos acabados, podemos sentir a tumba, as memórias de infância, dor, amor, mas também esperança e consolação. Não sou – pelo menos ainda – alguém que acredita em uma verdade definitiva em relação a essas teorias, mas certamente acho interessante pensar um pouco nelas.” 

Também em entrevista à Revista CONCERTO de outubro, Paul Lewis falou sobre sua percepção das peças ao jornalista Irineu Franco Perpetuo.

“A primeira coisa que marca a escrita de Schubert para piano, com certeza, é uma certa qualidade vocal que ele empresta à música para piano. Schubert escreveu alguns dos maiores, se não os maiores, ciclos de canções. E tudo o que ele escreveu se relaciona de alguma forma com a voz. Então, há essa qualidade vocal. E a nostalgia, assim como uma fragilidade, uma vulnerabilidade que está em geral em sua música, mas com certeza na escrita para piano, em especial à medida que nós seguimos para seus últimos anos. Schubert é sempre um compositor, ou quase sempre, que não oferece resoluções, há sempre perguntas não respondidas. Ele não foi um “resolvedor”, como Beethoven.”

Veja mais detalhes no Roteiro do Site CONCERTO

Leia também
Revista CONCERTO
Franz Schubert, por Irineu Franco Perpetuo
Notícias Theatro Municipal de São Paulo anuncia sete óperas na temporada 2025
Notícias Espetáculos celebram o Dia das Crianças; confira opções em diferentes cidades
Crítica Uma celebração contemporânea da voz, por Camila Fresca
Opinião Encontro em Araras propôs debate vivo e reflexivo sobre óperas brasileiras, por Jorge Coli

O pianista Paul Lewis [Divulgação]
O pianista Paul Lewis [Divulgação]

 

Curtir

Comentários

Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da Revista CONCERTO.

É preciso estar logado para comentar. Clique aqui para fazer seu login gratuito.