A Sinfônica Brasileira volta ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, dia 7, em um concerto dedicado à música alemã com regência de Tobias Volkmann. A noite traz peças de Brahms, Wagner e Mendelssohn – este é o terceiro concerto da Série Mundo, que já apresentou programas dedicados à música do México e da Áustria.
É a primeira vez que Volkmann rege a OSB – ou quase isso. Ele esteve à frente da orquestra na apresentação da Ressurreição de Gustav Mahler em março de 2018, quando o grupo sinfônico se uniu à orquestra do Theatro Municipal. Neto de alemães, o gaúcho Volkmann reencontra as origens familiares nesse repertório.
“Cresci falando alemão como primeira língua”, revela. “Três dos meus avós nasceram na Alemanha e, da parte materna, recebi também a influência musical: a família de minha mãe, ela própria cantora e professora de canto em Porto Alegre, tinha uma indústria de órgãos de tubo”.
O programa apresenta, segundo Tobias, algo como idiossincrasias dos três compositores. “De Brahms, a Abertura Trágica Op. 81, mostrando um desvio da música absoluta na direção da música programática, ou descritiva; um Wagner intimista, de câmara, com o Idílio de Siegfried, escrito para sua mulher Cosima; e o Mendelssohn, de origem judaica, celebrando a reforma protestante, com a Sinfonia nº 5, Op. 107, Reforma – embora nesse caso, nem haja tanta distância já que a família havia se convertido ao luteranismo”, aponta o maestro.
Desde o início de maio, a OSB vem se reorganizando e espera ganhar novo fôlego com uma recente vitória judicial. No inicio de maio, a juíza Katia Cristina Nascentes Torres, da 12ª Vara da Fazenda Pública do Rio, concedeu liminar a favor da Fundação OSB, atendendo a solicitação de retirada da instituição da Dívida Ativa. A cobrança de R$ 2.868.803,40 pelo uso das dependências da Cidade das Artes, equipamento do município, foi suspensa a pedido da fundação.
“A juíza acatou nosso argumento de que essa cobrança é questionável, especialmente porque a OSB sequer vem utilizando a Cidade das Artes como local de apresentação. Tentamos negociar diretamente com a Prefeitura durante dois anos, mas não conseguimos chegar a termo. Mesmo assim, a Prefeitura inseriu a FOSB na dívida ativa e essa medida gerou dano imediato – como a perda de patrocínios”, explica a diretora executiva Ana Flávia Cabral Souza Leite. “Tentamos soluções conciliatórias desde 2017, argumentando que o acordo de R$ 600 mil por ano havia sido firmado em circunstâncias diferentes, quando a Prefeitura patrocinava a OSB”.
Ana Flávia reconhece que parte dessa divida é uma cobrança legítima, relativa a 2016, mas que a maior parte não tem fundamento sequer no termo de permissão de uso firmado entre as partes. “Agora, com a conversão do mandado de segurança em ação ordinária, a questão será tratada com mais profundidade, inclusive do ponto de vista dos fatos e das provas. Com a decisão liminar, pelos menos, a Fundação OSB está protegida contra os potenciais danos irreparáveis e irreversíveis, já que a subsistência da orquestra seria impossível com a inscrição na dívida ativa”.
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