Baseada em peça de Plinio Marcos, Navalha na carne também será apresentada na segunda, dia 9, no Teatro Sergio Cardoso, em São Paulo
Será realizado neste final de semana, no Teatro Estadual de Araras, o 2º Encontro de Ópera Brasileira, idealizado por Paulo Abrão Ésper, da Cia. Ópera São Paulo. A programação inclui as apresentações de duas óperas brasileiras. No dia 7, a atração é a versão de câmara da ópera Navalha na carne, de Leonardo Martinelli, a partir da peça de Plinio Marcos. A direção cênica será de Leo Lama, com elenco formado por Cintia Cunha, Fúlvio Souza e participação especial do tenor Fernando Portari. Ao piano, Karin Uzun. Já no dia 8, será encenada O menino e a liberdade, de Ronaldo Miranda, com libreto de Jorge Coli. Participam a Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, sob a regência de Paulo de Paula, e um elenco formado por jovens vencedores do Concurso Maria Callas, como Gabriela Bueno, Marcello Mesquita e Calebe Faria.
No dia 9, haverá reapresentação de Navalha na carne no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. O evento é promovido pela Apaa (Associação Paulista dos Amigos da Arte).
O menino e a liberdade é baseado em um conto de Paulo Bomfim. Sentado ao lado da mãe em um lotação, o garoto de 6 anos começa a ler as palavras que enxerga: uma delas é “livre”. A mãe fica orgulhosa. Até que ele pergunta: o que é livre? Em apuros, ela recebe a ajuda dos outros passageiros – cada um oferece sua visão a respeito do que é a liberdade enquanto o lotação serpenteia pelo centro de São Paulo. O libreto de Coli dá a cada um dos personagens – a Moça, o Rapaz, a Mãe, o Chofer, O Senhor Distinto, o Menino – história e motivação mais detalhadas.
“Ao ampliar o relato de Bomfim, Coli não trai seu caráter simples e conciso. Penetra na psique dos passageiros do lotação, revelando suas angústias e motivações internas, porém evitando cair nos clichês e armadilhas de pretensiosa grandiloquência a que se arrisca quem tenta definir em palavras a liberdade”, escreveu Irineu Franco Perpetuo ao comentar a ópera em texto publicado no site da Revista CONCERTO após a estreia da ópera.
Em Navalha na carne, o cafetão Vado acusa a prostituta Neusa Sueli de lhe ter roubado dinheiro, mas ela suspeita de Veludo, homossexual que se junta aos dois em um claustrofóbico quarto de bordel. Na dinâmica que se estabelece no diálogo entre eles, há desejo, ódio, raiva, desconfiança, angústia, solidão, violência. E mais. Se os personagens de Plínio Marcos são, nas palavras de Sergio Manoel Rodrigues, resultado de uma força que oprime o indivíduo, é preciso reconhecer que também entre eles se estabelecem formas sinuosas de opressão. Plínio, diz Oswaldo Mendes, é implacável ao revelar as relações entre esses personagens. “Não há solidariedade na miséria. É cada um por si e Deus por nenhum.”
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![Cintia Cunha, Fúlvio Souza,, Fernando Portari e Karin Uzun apresentam 'Navalha na carne' [Divulgação]](/sites/default/files/inline-images/w-navalha_0.jpeg)
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