O Theatro Municipal de São Paulo apresenta a partir desta sexta-feira, dia 28, a ópera O contractador de diamantes, de Francisco Mignone. Escrita nos anos 1920, a obra tem texto do italiano Gerolamo Bottoni, que se baseou em uma peça de Afonso Arinos sobre um personagem real, o contratador Felisberto Caldeira, que viveu em Diamantina. Ele tinha direitos sobre a extração de diamantes na região, mas insurgiu-se contra a exploração da Coroa Portuguesa.
A ópera estreou em 1924 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com cenários do Municipal de São Paulo, coro e orquestra do Teatro Colón, de Buenos Aires, e regência do russo Emil Cooper. Houve uma produção no Rio de Janeiro da década de 1950, e depois a partitura ficou abandonada até ser revisada pelo maestro Roberto Duarte, em 2021.
Essa nova edição, da Academia Brasileira de Música, foi a base da encenação de 2023, no Festival Amazonas de Ópera, em Manaus, assinada por William Pereira. E é essa montagem que agora sobe ao palco do Municipal de São Paulo, com uma mudança importante: a ópera será cantada em português, em uma tradução de Ligiana Costa. No elenco, o baixo-barítono Licio Bruno, a soprano Rosana Lamosa, o barítono Douglas Hahn e o tenor Giovanni Tristacci. A direção musical é de Alessandro Sangiorgi.
“O libretista muito possivelmente traduziu o texto original do Afonso Arinos para um italiano frágil e problemático. E é uma ópera que começa toda cantada em italiano, mas de repente ganha um coro em português. Então, a ideia com a versão em português foi tirar esse aspecto de pastiche e de nacionalismo parnasiano que a ópera tem, e lhe dar força e legitimidade”, explicou Pereira em entrevista a Irineu Franco Perpetuo, publicada na edição de junho da Revista CONCERTO.
O diretor manteve a estrutura visual que foi vista em Manaus, bem como a concepção dos cenários como um teatro de Ouro Preto no século XVIII – uma representação dentro da representação. “A ideia não é fazer uma encenação realista nem ser um tratado de História”, explica.
[Leia os textos de Jorge Coli e Camila Fresca a respeito da produção da ópera em Manaus, em 2023.]
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