‘O cavaleiro da rosa’, de Strauss, retorna ao Municipal de São Paulo

A ópera O cavaleiro da rosa, de Richard Strauss, será apresentada nos dias 5, 7, 9, 11 e 13, no Theatro Municipal de São Paulo. A produção é assinada pelo diretor argentino Pablo Maritano e o maestro Roberto Minczuk, à frente da Orquestra Sinfônica Municipal. Também participa o Coral Paulistano, dirigido pela maestra Maíra Ferreira.

A obra foi apresentada no Municipal em 2018, mas segundo Maritano não se trata de uma remontagem exata da produção anterior. Novos cenários foram realizados e o diretor propõe uma nova leitura para a obra.

“Há um olhar particular, ligado a mundos que somem e aparecem. Nos anos 1910, quando a ópera surge, o mundo está prestes mudar para sempre. Logo viria a Primeira Guerra e o mundo como era então conhecido desapareceria”, lembra Maritano. “E há também um olhar para o fato de que esses personagens estão diluídos no universo freudiano, em uma percepção da realidade como sonho.”

Há também mudanças importantes no elenco. Carla Filipic segue como a Marechala e Luisa Francesconi volta a interpretar Octavian. Mas Sophie agora será cantada pela soprano Lina Mendes e Ochs, pelo barítono Hernán Iturralde. Outro destaque é a presença de Atalla Ayan no papel do Tenor Italiano. 

Em O Cavaleiro da Rosa, a experiente Marechala vive uma relação com jovem Octavian e o velho barão Ochs, por Sophie. Mas os dois jovens se apaixonam, levando ao que Maritano define como uma mistura de “comédia de salão e reflexão metafísica”.

“O que Strauss propõe, em uma partitura repleta de sensualidade, humor refinado e construção hábil de personagens e seus mundos interiores, apostando em um uso pouco usual de timbres e em técnicas como a utilização de Leitmotive, é um casamento sem nostalgias entre o século XVIII e o então nascente século XX. Strauss foi, afinal, um homem de seu tempo. E, como tal, imaginou e reinventou um passado que, naquele instante, ganhava cores quase míticas em um mundo em profunda transformação”, escreve João Luiz Sampaio sobre a ópera em texto publicado pela Revista CONCERTO em 2018. 

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