Theatro da Paz, em Belém, promove estreia mundial da ópera ‘Cobra Norato’, de André Abujamra

O Festival do Theatro da Paz, em Belém, abriga nos dias 26, 27, 29 e 30 de abril a estreia mundial da ópera Cobra Norato – Terras do sem fim, de André Abujamra, com libreto de Bernardo Vilhena, idealizador do projeto. A produção é assinada pela diretora Carla Camurati, com dramaturgia de Ligiana Costa. A direção musical e a regência ficam a cargo do maestro Silvio Viegas.

A ópera é baseada no poema modernista de Raul Bopp, publicado em 1931, que acompanha um caboclo da Amazônia em sua jornada para se casar com a filha da Rainha Luzia. No caminho, ele enfrenta criaturas míticas e perigos da floresta, atravessando um enredo repleto de lendas e simbologias amazônicas. Bopp viveu no Pará no início dos anos 1930.

“A capacidade do autor em retratar a floresta e seus habitantes imaginários provoca uma reflexão profunda sobre as relações de poder, num espetáculo que une cultura, entretenimento e consciência ambiental”, diz Camurati, que lembra que a estreia da obra se dá no ano em que Belém vai receber o maior encontro sobre mudanças climáticas do mundo, a COP 30.

No elenco, estão artistas como Jean Wiliam, que interpreta Cobra Norato; Marli Montoni, a Filha da Rainha; Anderson Barbosa, que vive a Cobra Grande; Idaías Souto, que encarna o Tatu da Bunda Seca; Lys Nardoto, no papel da Rainha Luzia; Elizabeth Moura, que representa a Árvore Mãe;  Ytanaã Figueiredo, o Pajé; e Ione Carvalho a Joaninha.

O XXIV Festival de Ópera do Theatro da Paz acontece ao longo do ano. No dia 18, haverá concerto da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz; e, em novembro, será apresentada a ópera I-Juca Pirama, baseada no poema de Gonçalves Dias.

Nesta edição, o festival mantém o projeto Sons de Liberdade, promovido pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado desde 2021, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o Theatro da Paz e a Academia Paraense de Música. Em 2025, 22 custodiadas participam da confecção dos figurinos de Cobra Norato, fortalecendo a política de ressocialização por meio da arte. As prévias da estreia, com ensaios gerais e figurinos completos, foram abertas a custodiados do sistema penal e a moradores das Usinas da Paz da Região Metropolitana de Belém.

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