Osesp lança programação com novas séries e integral das sinfonias de Beethoven

Temporada tem grandes solistas e maestros convidados; flautista Emmanuel Pahud será o artista em residência

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo terá como tema de sua temporada 2018 “Natureza dos Sons”. “Poucas culturas têm riqueza natural como a nossa; e poucas também, semelhante patrimônio musical. Agora, e de modo cada vez mais expressivo, a música clássica ganha espaço nesse contexto. Cada vez mais pessoas cultivam a música de concerto em seu cotidiano. É bem verdade, no entanto, que nossa música, tanto quanto nossa natureza, vem sendo ameaçada, de muitos modos, nesse período tão complexo. Cuidar da música, como cuidar da natureza, vai-se tornando, mais do que nunca, exercício de convicção: uma prática diária de persistência, em tempos de crise. Mas cá estamos, na companhia de artistas, parceiros, amigos, espectadores”, explica o diretor artístico da Fundação Osesp Arthur Nestrovski.

Ao todo serão 112 concertos sinfônicos, sete corais e quinze de câmara. E o próximo ano trará uma série de novidades importantes. Os concertos noturnos passarão a ser realizados às 20h30; a venda de ingressos avulsos para todo o ano será aberta já em fevereiro; haverá, a partir de agora, além das séries tradicionais de assinaturas, a série flexível, em que o espectador pode montar sua série de modo personalizado, a partir de quatro concertos. Além disso, o ciclo “Viva Villa!”, que será apresentado antes do início da temporada, assim como a “Maratona Mozart”, com concertos dos vencedores do Concurso Jovens Solistas da Osesp, programados para outubro, terão ingressos gratuitos. E a série Grandes Clássicos, composta de cinco concertos com Isaac Karabtchevsky, terá preço único e mais acessível: R$ 50 (e meia-entrada).

O artista em residência da temporada será o flautista francês Emmanuel Pahud, que vai se apresentar com a orquestra e em programas de câmara e fará a estreia latino-americana do Concerto para flauta de Philippe Manoury, compositor visitante de 2018. Nathalie Stutzmann segue como artista associada; a série Osesp 60, com apresentações mais curtas, terá quatro programas. Serão três os compositores a quem a Osesp vai dedicar ciclos especiais. Rossini será lembrado pelos 150 anos de morte, com destaque para a Petite messe solennelle. De Stravinsky, o grupo vai tocar obras-chave como A sagração da primavera, o Concerto para violino e a Sinfonias dos salmos. E, de Beethoven, será realizado o ciclo integral das sinfonias, com regentes como Marin Alsop, Arvo Volmer, Louis Langrée, Isaac Karabtchevsky e Neil Thomson.

A temporada começa no dia 8 de março, com Marin Alsop regendo a Sinfonia nº 7 de Mahler. A diretora musical vai comandar, ao todo, nove programas diferentes – em março, por exemplo, rege o pianista Nikolai Lugansky no Concerto nº 4, de Beethoven; em junho, a mezzo soprano Anna Caterina Antonacci em canções de Berlioz; e, em outubro, o Choros nº 10, de Villa-Lobos. Entre os regentes convidados, além daqueles já citados, destaque para Giancarlo Guerrero (Sinfonia nº 7 de Bruckner), David Robertson (obras do século XX), Markus Stenz (Sinfonia nº 4 de Szymanowski), Thierry Fischer (Sinfonia fantástica de Berlioz).

O time de solistas também merece atenção especial. O pianista Pierre-Laurent Aimard, por exemplo, fica três semanas com a orquestra, tocando Ravel com a Osesp, fazendo recital com a pianista Tamara Stefanovich e se juntando a ela na série sinfônica com o Concerto para dois pianos de Bartók. Gabriela Montero, Igor Levit e Roger Muraro também atuam tanto com a orquestra – tocando obras como o Concerto nº 1 de Brahms e o Concerto para piano de Vasco Mendonça –, como fazendo recitais solos. Fabio Martino toca von Weber e Mignone; Steven Osborne, o Concerto nº 2 para piano de Shostakovich. O violinista Pekka Kuusisto interpreta o concerto de Stravinsky; o trombonista Christian Lindberg atua duplamente, como solista e regente. A lista de encomendas inclui obras de Ronaldo Miranda, que receberá homenagem especial pelos seus 70 anos, e Aylton Escobar. 

O encerramento do ano será com a peça Too Hot to Händel. “Trata-se de uma adaptação e atualização do famosíssimo Messias de Händel. Ninguém menos que Mozart já tinha feito uma atualização da peça e agora temos uma versão dos nossos dias, incorporando jazz e rhythm and blues”, explica Marin Alsop. 

MÚSICA DE CÂMARA

A temporada 2018 marca a volta à programação do Quarteto Osesp. O grupo, liderado pelo spalla Emmanuele Baldini, vai fazer quatro apresentações na Sala São Paulo. O repertório é variado, com quartetos de autores fundamentais para o gênero – como Mozart, Beethoven, Bartók – e programas em diálogo com artistas convidados, como o flautista Emmanuel Pahud e o violista Antoine Tamestit. A série de música de câmara conta ainda com recitais especiais dedicados à música brasileira, como os do Duo Gisbranco, dos pianistas Cristóvão Bastos e Leandro Braga e do pianista e compositor André Mehmari, que tocará sua obra Estudos brasileiros.

O Coro da Osesp também fará uma série com cinco concertos, três deles regidos por Valentina Peleggi. Em meio ao repertório, há espaço tanto para as Vésperas de Rachmaninov até um panorama da música da América Latina dos séculos XVI a XXI, com regência da maestrina venezuelana Maria Guinand, que comanda ainda a estreia de uma obra encomendada ao compositor Aylton Escobar.

A Osesp também fará novas gravações. Entre os lançamentos, estão dois discos dedicados ao compositor Leonard Bernstein no ano de seu centenário. Pelo Selo Digital, serão lançados um disco com as obras encomendadas em 2017; um concerto da Orquestra do Festival de Campos do Jordão e uma seleção de peças de Francisco Mignone.

ASSINATURAS
• 1ª fase: renovação (23/10 a 10/11) e troca (14 a 24/11)
• 2ª fase: novas assinaturas – valor promocional (27/11 a 22/12) 
    e valor integral (26/12 a 12/01)
• Mais informações pelo site www.osesp.art.br/assinaturas 
    ou pelo telefone (11) 3777-6738