Tobias Volkmann estreia como diretor e regente da Orquestra Sinfônica da USP

por Redação CONCERTO 26/04/2024

O maestro Tobias Volkmann faz neste sábado, em concerto no Centro Cultural Camargo Guarnieri, sua estreia como diretor artístico da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo, posto que assumiu no início do ano em substituição a Gil Jardim. 

O programa começa com o Andante do Trio op. 17 de Clara Schumann, com duas integrantes da orquestra, a violinista Karen Hanai e a violoncelista Vana Bock, e o pianista Fernando Corvisier. Ele, em seguida, toca o Concerto de Robert Schumann. E a apresentação se encerra com a Sinfonia nº 1 de Brahms.

“O programa faz uma espécie de percurso do micro ao macro, através da obra desse tão especulado triângulo amoroso do romantismo alemão, Clara, Robert e Johannes”, diz Volkmann ao Site CONCERTO. 

“Partimos desse trio, que mostra o talento extremo da Clara Schumann na escrita para o piano. A partir daí, vamos para o Concerto, uma obra já do romantismo, mas ainda com força orquestral reduzida, muito delicada, e esse é um aspecto da interpretação do Fernando, talhada em um som camerístico. E terminamos com a grandiosa primeira sinfonia de Brahms, com seu final apoteótico.”

O aspecto interessante de uma orquestra universitária é poder se inserir em um contexto de vanguarda e liberdade para pensar, criar, projetar, difundir repertório, sem estar condicionada a uma dinâmica do mercado de cultura

Volkmann acumula a nova função na USP com a de diretor artístico da Orquestra Sinfônica da Universidade de Cuyo, em Mendoza, na Argentina. Também já esteve à frente da Orquestra Sinfônica da Nacional da Universidade Federal Fluminense. Os amigos, ele diz, brincam que ele virou especialista em orquestras de universidade.

“O aspecto interessante de uma orquestra universitária é poder se inserir em um contexto de vanguarda e liberdade para pensar, criar, projetar, difundir repertório, sem estar condicionada a uma dinâmica do mercado de cultura”, ele explica.

“Essa liberdade está ligada à função de projeção da cultura e do conhecimento produzidos pela universidade, tanto para o público interno como para fora também. Essa é a orquestra da maior universidade da América Latina, fundada por um dos maiores compositores das Américas [Camargo Guarnieri], tem história, tradição, grandes músicos. Tem tudo para arriscar na programação e para trabalhar na criação de conexões com outras áreas de conhecimento e também na formação de público.”

Volkmann diz que pretende dar continuidade “ao bom trabalho que vinha sendo feito pelo maestro Gil Jardim em torno de programação e conexões com a universidade”. E que pretende investir na reflexão sobre como a liberdade criativa pode permitir o posicionamento do grupo na cena cultural de São Paulo. Para ele, é importante também explorar o “enorme talento” dos quadros da orquestra em diferentes repertórios, “para que a gente possa desenvolver uma sonoridade, uma identidade própria”.

O grupo mantém a série Torre do Relógio, com concertos em diálogo com outros departamentos da universidade, e a série Esculpir o Tempo, dedicada ao repertório sinfônico. Também está confirmada a realização da Semana Camargo Guarnieri, em setembro, para celebrar a música e o contexto em que viveu o compositor. A temporada 2024, explica o maestro, também será o momento de construir as bases para a comemoração dos 50 anos da orquestra, em 2025. 

Veja mais detalhes no Roteiro do Site CONCERTO

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Tobias Volkmann [Divulgação/Fernanda Castro]
Tobias Volkmann [Divulgação/Fernanda Castro]

 

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