A temporada 2023 começa a se desenhar com grandes atrações, já anunciadas por algumas das principais instituições musicais do país
Música sinfônica, de câmara, encomendas de obras, música brasileira, óperas, importantes solistas e maestros, um repertório bastante diversificado. Com o anúncio das temporadas 2023, o ano que começa se desenha como repleto de boas oportunidades para o público de música clássica.
A Osesp fará 32 programas ao longo da temporada, sob o tema Sem Fronteiras. A programação terá três grandes ciclos. O primeiro é dedicado a Rachmaninov (150 anos de seu nascimento), com destaque para os quatro concertos para piano e a Rapsódia sobre um tema de Paganini, com o pianista inglês Stephen Hough. Outro ciclo é dedicado a György Ligeti (centenário de nascimento). Serão cinco obras do compositor, entre elas o Concerto para violino e orquestra (com Agustin Hadelich e Thierry Fischer) e Atmospheres (Fischer). O terceiro ciclo tem como destaque o violoncelo. Gautier Capuçon sola no Concerto de Dvorák; Jean-Guihen Queyras em Tout un monde lontain, de Dutilleux; Sheku Khanneh-Mason toca Schlomo, de Bloch; Gabriel Martins, o Concerto nº 1 de Shostakovich (com regência de Alondra de La Parra); Inbal Segev faz a estreia latino-americana de Dance, de Anna Clyne; Marina Martins junta-se ao Quinteto Osesp; e Luiz Fernando Ventureli estreia o Concerto de Jorge Villavicencio Grossman. (A venda de assinaturas para a programação encerrou-se no final de dezembro.)
Em Belo Horizonte, a Filarmônica de Minas Gerais vai celebrar seus quinze anos de atividades com uma agenda ambiciosa, que aborda grandes obras do repertório e a interpretação de novos compositores, com importantes solistas e a encomenda de obras – as principais delas, o Concerto para orquestra escrito por Leonardo Martinelli e o Concerto para violoncelo composto por André Mehmari para Antonio Meneses. O grupo também celebra Rachmaninov, com as sinfonias e os concertos para piano. Entre os solistas convidados, estão os pianistas Lilya Zilberstein, Fabio Martino, Sergio Tiempo e Dmitry Masleev, a violoncelista Maja Bogdanovich e a violinista Rachel Barton-Pine. No repertório, destaque para o Réquiem alemão, de Brahms, a Sinfonia nº 7, de Mahler, e os balés Petrushka e Pulcinella, de Stravinsky. O grupo vai tocar também duas sinfonias e Romanza de Henrique Oswald e Imbapara, de Lorenzo Fernandez. (Assinaturas estão à venda até o dia 12 de fevereiro; informações pelo telefone (31) 3219-9009 ou pelo site).
De volta a São Paulo, a temporada internacional 2023 da Cultura Artística na Sala São Paulo terá sete atrações. Com a Camerata Salzburg, apresenta-se o violinista francês Renaud Capuçon. O clarinetista austríaco Andreas Ottensamer faz recital com o pianista italiano Alessio Bax. A Orquestra Sinfônica de Lucerna toca com o violoncelista britânico Steven Isserlis. A série terá duas lendas do piano: Andràs Schiff e Maria João Pires, além de trazer ao Brasil Jordi Savall e os músicos de seu conjunto, Les Concert des Nations. O encerramento do ano será com a soprano Kristine Opolais. (Informações sobre assinaturas pode ser obtidas aqui.)
O canto é um dos destaques da agenda internacional do Mozarteum Brasileiro: a entidade vai promover concertos do baixo-barítono Bryn Terfel e da mezzo soprano Elina Garanca com a Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro. Mas não só: no que promete ser um dos pontos altos da temporada 2023, o pianista austríaco Rudolf Buchbinder fará a integral dos concertos para piano de Beethoven com o grupo Festival Strings Lucerne.
As atrações divulgadas da temporada de óperas também é animador. O Theatro Municipal de São Paulo vai apresentar seis óperas: Così fan tutte, de Mozart, em concepção de Julianna Santos; O guarani, de Carlos Gomes, com direção cênica da dupla Heidi e Rolf Abderhalden; La fanciulla del West, de Puccini, que será encenada por Carla Camurati; uma dobradinha formada pela estreia mundial de Isolda.Tristão, de Clarice Assad, com direção de Guilherme Leme, e Ainadamar, de Osvaldo Golijov, remontagem da produção apresentada em 2015; e O navio fantasma, de Richard Wagner, com direção de Caetano Vilela. (As assinaturas para a programação estão à venda até o dia 28 de janeiro; mais informações no site.)
O Festival Amazonas de Ópera também já anunciou as óperas de sua edição 2023. Serão apresentados quatro títulos: a estreia de O contratador dos diamantes, de Francisco Mignone, Anna Bolena, de Donizetti (com direção cênica de André Heller-Lopes), Piedade, de João Guilherme Ripper, e a remontagem de Peter Grimes, de Britten, estreada neste ano. O festival de 2023 ainda terá um concerto da Orquestra de Câmara do Amazonas e a produção de O navio fantasma, de Wagner, pelas marionetes do Pequeno Teatro do Mundo.
No Rio de Janeiro, a Sala Cecília Meireles terá uma agenda de 77 concertos. Alguns focos nortearam a escolha do repertório, como as comemorações de 190 anos de Brahms, os 80 anos de Aylton Escobar, os 80 anos de nascimento de Almeida Prado e os 75 anos de Ronaldo Miranda. A temporada está dividida, como nos anos anteriores, em séries, como a Orquestras, que terá o retorno da Orquestra Sinfônica Brasileira. Outra série será dedicada ao violino, com a participação de grandes nomes: Guido Sant’Anna, Emmanuele Baldini, Cláudio Cruz, Alfonso Aldana, Linus Roth, Gabriela Queiroz, Carmelo de los Santos, Daniel Guedes e Elisa Fukuda. A série Pianistas também segue na programação, com Sergio Tiempo, Barry Douglas, Aleyson Scopel e os duos formados por Michael Gurt e Clelia Iruzum e por Linda Bustani e Lilian Barretto. Além deles, Jean Louis Steuerman, Cristian Budu, Lucas Thomazinho e outros excelentes nomes do piano brasileiro participam das séries Orquestra e Música de Câmara. Um destaque importante será o programa com a Sonata para dois pianos e percussão, de Bartók, e Les noces, de Igor Stravinsky, com direção da maestra Priscila Bomfim e as pianistas Erika Ribeiro, Maria Teresa Madeira, Marina Spoladore e Ingrid Barankoski.