Espetáculo reflete sobre transgressões na sociedade contemporânea a partir de Bach

O pianista Gustavo Carvalho e a coreógrafa e bailarina Jacqueline Gimenes apresentam nos dias 4, 5 e 6 no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte o espetáculo BWV 988: Trinta possibilidades de transgressão, com concepção visual assinada pelo artista francês François Andes.

O espetáculo é baseado nas Variações Goldberg BWV 988 de Bach. A coreografia foi concebida respeitando o discurso musical e utilizando no seu desenvolvimento o resultado de pesquisas realizadas em torno do conceito de transgressão na sociedade contemporânea, a partir da troca de experiências e do diálogo entre os artistas, sob a forma de micro-residências com a participação do público no polo experimental do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea e nos hospitais psiquiátricos da Colônia Juliano Moreira (Rio de Janeiro).

Além das apresentações, a temporada inclui workshops e conversas, com a participação dos artistas e de Maria Raquel Fernandes, diretora do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea.

“Dessa forma, num espetáculo que aborda questões ligadas à luta antimanicomial na sua reflexão sobre as noções de transgressão, a presença da psiquiatra Maria Raquel Fernandes enriquecerá bastante o debate sobre o papel da arte na luta antimanicomial. O trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea na ressignificação do território ocupado pela antiga Colônia Juliano Moreira é de grande relevância”, ressalta Gustavo Carvalho. 

“Olhar para a noite como uma paisagem virgem, habitada por uma vegetação densa e por uma fauna infinita de seres imaginários. A percepção da insônia como tempo/espaço para penetrar esse universo, assim como uma fronteira entre o real e o imaginário, o visível e o invisível, o consciente e o inconsciente. Noites brancas, vistas como a possibilidade de encontro com as nossas inquietudes e angústias existenciais, mas também com os nossos fantasmas e pulsões. Este reino das sombras, onde o que mais tememos é estar confrontado com a gente mesmo”, afirma Andes sobre as obras que criou para o espetáculo – o artista também vai ministrar a oficina Transgressão dos Limites do Papel durante a temporada em Belo Horizonte.

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