SATIE FOR LOVERS
André Balbino – piano
Lançamento Ser Tao. Disponível apenas em streaming
Erik Satie é um nome-chave da composição na passagem do século XIX para o século XX. Aos excessos do romantismo, contrapôs uma música feita de pequenas formas, criando uma obra que ainda hoje oferece a possibilidade de muitas releituras. Fascinado pelo compositor, o pianista, arranjador e produtor musical André Balbino tem-se dedicado a elas com afinco. E um novo capítulo dessa relação está neste registro, no qual combina a música do autor francês com o jazz de Miles Davis. O resultado é hipnótico, sinuoso, mantendo o espírito do original a partir de um novo olhar, abraçado pelos colegas músicos Richard Firmino (trompete), Paulo Bira (contrabaixo) e Bruno Iasi (bateria). Estão presentes obras célebres, como a Gymnopédie nº 1, as Gnossiennes nº 1, nº 2 e nº 3, Trois morceux en forme de poire ou Croquis et agaceries d’un gros bonhomme en boi. Todas elas revistas à luz do jazz, mas mantendo contato próximo com a inventividade do original.
BRAZILIAN MUSIC FOR OBOÉ & CELLO
Alexandre Ficarelli – oboé
Raïff Dantas Barreto – violoncelo
Lançamento Azul Music. Disponível apenas em streaming
Alexandre Ficarelli e Raïff Dantas Barreto estão entre os principais músicos brasileiros da atualidade, são colegas na Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, têm na música de câmara um de seus focos e fazem da pesquisa e da interpretação da música brasileira uma missão. Se isso não fosse suficiente para resultar em uma combinação de sucesso, poderíamos acrescentar o modo atento e generoso como dialogam sobre o palco, o que torna esta gravação um registro precioso. Basta ouvir Duo de José Vieira Brandão, Frevo oboecélico, de Edmundo Villani-Côrtes, Seresta nº 18, de Liduino Pitombeira, ou Divertimento para oboé e violoncelo, de Guerra Vicente, nas quais os músicos atuam em conjunto para entender a intensa afinidade musical que os une. São todas obras que evocam a música brasileira, cada uma à própria maneira. E o álbum traz ainda peças solo para os dois instrumentos.
FRANCISCO MIGNONE: MANUSCRITOS DE BUENOS AIRES
Fernando Araújo e Celso Faria – violões
Mônica Pedrosa – soprano
Lançamento Selo Sesc. Nacional. CD digital. Streaming disponível.
Em 2017, o violonista Fernando Araújo descobriu uma preciosidade: em um arquivo de Buenos Aires estavam obras inéditas para violão do compositor Francisco Mignone. A história é de filme: alguém colocou os manuscritos em um saco e jogou no lixo. Mas um funcionário do Instituto Nacional de Musicologia Carlos Vega, em Buenos Aires, passando por perto viu o saco e o levou consigo. Ficou com o material durante um tempo, até ter seu conteúdo catalogado. Araújo conta que as obras foram escritas para o Duo Pomponio-Zárate, formado pelos violonistas argentinos Graciela Pomponio e Jorge Martínez Zárate, nos anos 1960. E nunca foram interpretadas no Brasil – nem mesmo foram gravadas. Até agora. Após dedicar-se a elas em seu doutorado, Araújo as gravou ao lado do violonista Celso Faria. São peças marcantes, como Lundu para dois violões ou Quatros peças brasileiras, que exploram ritmos como maxixe. E o disco traz também a gravação de um ciclo de canções escritas por Mignone nos anos 1970 para o duo formado pela soprano Maria Lúcia Godoy e o violonista Sérgio Abreu, que aqui ganha interpretação sensível de Mônica Pedrosa.
VALSAS & CHOROS
Cláudio Cruz – violino
Rafael dos Santos – piano
Lançamento Azul Music. Nacional. CD digital. Streaming disponível.
De um lado, o violinista e maestro Cláudio Cruz, cujo trabalho tem, nos últimos anos, resgatado importantes compositores e obras do repertório nacional. De outro, o pianista Rafael dos Santos, professor da Unicamp, cujas pesquisas giram em torno da música popular brasileira. E, no momento em que essas duas celebradas trajetórias se unem, o resultado é um disco precioso, que leva o ouvinte de volta para o início do século XX e a um repertório central para compreendermos o caminho da história da música brasileira. Em Valsas & Choros, eles oferecem interpretações marcantes e idiomáticas de Ernesto Nazareth (Faceira), Zequinha de Abreu (Levanta a poeira, Alma em delírio e Branca), Pixinguinha (Oscarina e Pagão) e Garoto (Tristezas de um violão). São obras que fazem parte do DNA da música nacional, e que ganham aqui arranjos e interpretações originais, capazes, como afirma Cláudio Cruz, de nos transportar no tempo, para uma outra música – e uma outra época, que ela soube tão bem traduzir.
CORRENTEZA
Lucas Félix – violão
Lançamento Kuarup. Nacional. CD digital. Streaming disponível.
É uma proposta fascinante a do novo disco do violonista Lucas Félix: a compreensão da música brasileira como uma correnteza que, ao longo de seu curso, incorpora e mistura diferentes influências e tendências, alcançando uma linguagem extremamente idiomática. E é por ela que o artista navega, tentando mostrar a diversidade desse repertório. Ele começa com um arranjo para violão do prelúdio das Bachianas brasileiras nº 4 de Villa-Lobos, de sonoridades originais. Em seguida, relembra a figura de Garoto, com Inspiração. Abre, então, espaço para compositores atuais, como Vicente Paschoal (de quem toca as Dedicatórias nº 2 e nº 3); Alberto Mejía (Estudo caipira nº 2 e nº 3); Raphael Motta (Contemplação); e Jorge Mello (Prelúdio). O álbum se encerra com mais arranjos, agora para Correnteza, de Tom Jobim e Luiz Bonfá, e Berimbau, de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Um testemunho da importância do violão na música brasileira – e da inteligência musical de Lucas Félix como intérprete.
CD / THE MUSIC OF CÉCILE CHAMINADE
Olga Kopylova – piano
Lançamento Azul Music. Disponível apenas por streaming.
Pianista de importante carreira, admirada pelo mundo musical parisiense, Cécilie Chaminade (1857-1944) demorou para obter reconhecimento como compositora, um processo que começa a ser revertido. E que tem suas peças para piano como fundamentais. São obras diversas, miniaturas, sonatas, ciclos, estudos, mais de trezentas, "que apresentam sempre elementos musicais riquíssimos". Quem diz é a pianista Olga Kopylova, titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Em 2020, durante a pandemia, ela começou a se debruçar sobre esse universo. E o resultado é um novo disco, no qual interpreta Air de ballet, Tristesse, Toccata, Poèmes provençaux e Trois dances anciennes, entre outras. É uma jornada das mais interessantes. Ao longo das obras, Chaminade não apenas mostra o conhecimento das possibilidades do instrumento, mas também, e talvez principalmente, uma imaginação poética e uma capacidade de evocar imagens que dá a ela espaço reservado na criação musical do período. Ainda mais em leituras repletas de camadas como a de Olga Kopylova.
CD / OSB DE CASA
OSB – Orquestra Sinfônica Brasileira
Lançamento Independente. Disponível a partir do dia 9 de abril nas principais plataformas de streaming de áudio
A Orquestra Sinfônica Brasileira lança um disco em que reúne gravações feitas ao longo do ano passado, com os músicos em casa. O repertório é todo composto de autores brasileiros e inclui algumas estreias mundiais.
O CD OSB de Casa é lançado em formato digital, em plataformas de streaming. São 22 faixas de 15 compositores. Os registros foram realizados entre setembro e dezembro de 2020 e fizeram parte da Série Clássica Brasileira, exibida nas redes sociais do grupo.
Entre as peças estreadas pelos músicos, estão O lamento de Ícaro, de Rodrigo Cicchelli, Concerto para oboé e cordas, de Dimitri Cervo, Cantilena para ensemble de violoncelos, de Antônio Ribeiro, Sírius, de Liduíno Pitombeira, Danças mistas, de Carlos dos Santos, Duo para violino e percussão, de Danial Quaranta, Cambaio, de Leonardo Gorosito, e Elegia, de Angelo Martins.
O disco traz ainda obras de Ricardo Tacuchian, José Siqueira, Chiquinha Gonzaga, João Guilherme Ripper, João Pernambuco e Joaquim Antônio Callado.
A programação realizada de forma remota em 2020 marcou o aniversário de oitenta anos da orquestra.
CD / TEMPO TÁTIL
Vladimir Safatle – piano
Caroline de Comi – soprano
Cristine Guzze – mezzo soprano
Renan Vitoriano – violino
Ivan Nascimento – fagote
Lançamento Selo Sesc. Nacional. Disponível apenas por streaming nas principais plataformas e no Sesc Digital.
Com o recente lançamento de Músicas de superfície, com obras dos anos 1990 que ficaram guardadas por mais de uma década, o filósofo Vladimir Safatle demonstrou a vitalidade de seu trabalho com a música, como autor e intérprete. O álbum desconstruía a relação entre piano e voz – e essa nova forma de compreender as relações do discurso musical também estão presentes em seu novo trabalho. No novo disco, o objetivo, explica Safatle, é criar “expressões estranhas à gramática de afetos que colonizam nossas formas de experiências”. É o que acontece em faixas como Três peças para gestos ao piano, na qual, diz o compositor, “o corpo expressivo que nasce com o piano” precisa “não temer se descompor, fibrar-se, como a forma suprema de sua expressão”. O disco propõe, assim, uma investigação estética e filosófica. As obras são lançadas individualmente, a cada 15 dias, sempre às sextas-feiras, até finalizar em 19 de março. Inicialmente, ao todo, serão cinco singles.
CD / VILLA-LOBOS: TRIOS
Antonio Meneses – violoncelo
Ricardo Castro – piano
Cláudio Cruz – violino
Gabriel Marin – viola
Lançamento Selo Sesc. Nacional. Disponível apenas por streaming nas principais plataformas e no Sesc Digital.
A gravação de ciclos completos de obras costuma ajudar na compreensão da trajetória de um compositor. Afinal, pelo modo como aborda ao longo do tempo um mesmo gênero, é possível ver como sua sensibilidade e sua técnica vão se transformando. Se essa gravação reúne alguns dos maiores músicos da atualidade, então temos o melhor dos mundos. E é por isso que o disco em que o violoncelista Antonio Meneses, o violinista Cláudio Cruz, o pianista Ricardo Castro e o violista Gabriel Marin interpretam os trios de Villa-Lobos já nasce histórico. Nele, estão os três trios escritos entre 1911 e 1918 para piano, violino e violoncelo, com a reação bastante pessoal do compositor à influência francesa; e o trio de cordas, para violino, viola e violoncelo, obra de maturidade, dos anos 1940. São interpretações riquíssimas em ideias musicais, já referência na leitura das obras, e que oferecem ao ouvinte o prazer de ouvir o diálogo musical vibrante entre esses mestres da música brasileira.
CD / BEETHOVEN: DUETS
Cláudio Cruz – violino
Raïff Dantas Barreto – violoncelo
Lançamento Azul Music.
Disponível apenas para streaming
Nos últimos dias do Ano Beethoven, quando se lembraram os 250 anos de nascimento do compositor, dois destacados músicos brasileiros deixaram registrada uma importante homenagem. O violinista Cláudio Cruz e o violoncelista Raïff Dantas Barreto se uniram durante a pandemia para essa gravação, que é testemunha de grandes intérpretes. Cruz foi, durante décadas, spalla da Osesp, e hoje é um dos principais maestros brasileiros, além de seguir como camerista, em especial como líder do Quarteto Carlos Gomes. Dantas Barreto, por sua vez, além da atenção à música de câmara e ao repertório brasileiros, é chefe de naipe dos violoncelos da Orquestra Sinfônica Municipal do Theatro Municipal de São Paulo. O resultado da parceria entre os dois mostra vitalidade da obra de Beethoven, que aqui pode ser ouvida à luz de novas sonoridades. Isso porque, no repertório escolhido, há preciosidades como a transcrição para violino e violoncelo dos Três duetos para clarinete e fagote WoO 27 e Eyeglasses WoO 32. Em todas as faixas fica evidente a aproximação musical entre os dois intérpretes, em um diálogo que soa natural e surpreende o ouvinte a cada audição.
LIVRO / O VIOLÃO NA CORTE IMPERIAL
De Marcia Taborda
E-book disponível. Clique aqui
Como parte das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil, a Biblioteca Nacional envolve produções editoriais marcantes sobre o assunto. Entre elas, O violão na corte imperial, em que Márcia Taborda apresenta um texto capaz de situar o leitor sobre como o violão esteve presente em nossa trajetória. Enquanto o país se formava como nação esse típico instrumento de cordas circulava entre as diferentes camadas da sociedade. Como a Irlanda é representada por uma harpa, o violão bem cabe como a imagem do Brasil. Com efeito, a música engendrou nossa forma de ser, e o violão é representativo disso: atravessou os salões da corte, se popularizou na expressão oral e na profusão de oficinas de violeiros que grassavam pelo Rio de Janeiro no século XIX. Do texto fluente, da riqueza de informações, do passeio aprazível pelos personagens, este livro é o desdobramento de um profundo trabalho de pesquisa realizado pela autora, em particular através dos acervos da Biblioteca Nacional. O conteúdo musical da instituição permitiu esse verdadeiro mergulho investigativo. Não é pouca coisa a lembrança de que, por determinação de d. Pedro II, as obras do acervo musical da princesa Leopoldina foram incorporadas à Coleção Thereza Christina Maria (CTCM), e tudo isso está sob a guarda da Biblioteca Nacional. Marcia Taborda é violonista, doutora em História Social (UFRJ), pesquisadora residente da Fundação Biblioteca Nacional (2016) e realizou pós-doutoramento na University of New South Wales, Sydney. Autora do documentário "Viola e violão em terras de São Sebastião", premiado com o edital Rio 450 anos da FAPERJ (disponível aqui). Publicou o livro "Violão e identidade nacional: Rio de Janeiro 1830-1930" (Civilização Brasileira), obra que recebeu o prêmio Faperj de Produção Crítica em música. Gravou para a Acari o CD Choros de Paulinho da Viola com a obra do compositor escrita para o violão e para o selo ABM digital o CD Música Humana com obras do repertório brasileiro contemporâneo. É professora da Escola de Música da UFRJ e coordenadora do Núcleo de Estudos de Violão.
LIVRO / O VIOLINO NA MÚSICA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA – UM MANUAL DE TÉCNICAS ESTENDIDAS
De Ana de Oliveira
E-book disponível. Clique aqui.
Em sua primeira edição, o livro de Ana de Oliveira traz o resultado de sua pesquisa teórica e prática sobre técnicas estendidas para o violino baseada em composições de autores contemporâneos brasileiros. A pesquisa deu início em sua vivência com este repertório durante sua trajetória profissional e se desdobrou em sua dissertação na Uni-Rio em 2018.
CD / DRAGÃO DOS OLHOS AMARELOS
Ana de Oliveira – violino
Disponível. Clique aqui
Radicada no Rio de Janeiro, a violinista paulistana Ana de Oliveira, spalla da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF e integrante do renomado Trio Puelli, lançou-se um desafio no ano mais assustador e incógnito da história recente da Humanidade e, especialmente, da classe artística e musical: estrear seu projeto solo, o primeiro de uma carreira com mais de três décadas a serviço da música brasileira e internacional. Tendo sido solista com diversas orquestras na Europa e no Brasil – por uma década foi spalla da Orquestra Sinfônica Brasileira – Ana de Oliveira lança, simultaneamente, seu primeiro CD de violino solo, "Dragão dos olhos amarelos", e o livro "O violino na música contemporânea brasileira – um manual de técnica estendidas", ambos no formato físico e digital, revelando-se, musicalmente, como compositora e exímia improvisadora, com igual importância literária na educação musical.
Fruto do seu mestrado profissional concluído em dezembro de 2018, no Instituto Villa-Lobos, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), sob orientação de Mariana I. Salles, o livro, com prefácio do violinista Paulo Bosísio, oferece subsídios técnicos e teóricos sobre o assunto – carente de referências – e pode ser utilizado como um manual para estudantes de violino e composição. O termo "técnicas estendidas" define todos os meios técnicos instrumentais não tradicionais e não convencionais para a performance de obras musicais contemporâneas. Conforme explica a autora: "No Brasil não há muitas referências técnicas e bibliográficas sobre o tema, embora haja um crescente interesse pela música produzida hoje", destaca a autora e complementa: "mas foi devido à minha dedicação na execução do repertório para violino dos séculos XX e XXI e, naturalmente, a partir de minhas próprias dificuldades na busca por soluções para a execução de determinadas passagens, assim como em interpretar novas notações musicais, que surgiu a necessidade de elaborar um manual sobre técnicas estendidas para o violino".
Com produção, direção e concepção da própria autora, dez das quinze faixas que compõe o CD foram criadas instantaneamente, em fevereiro último, no Estúdio Monteverdi, onde foi gravado, mixado e masterizado por André Mehmari. Além destas autorais inéditas, compõe ainda o repertório Dodecafoniana I e II para violino solo, obra de Sérgio Ferraz dedicada à violinista; Cadenza, composição da violinista para a música "Eterna" de Egberto Gismonti em sua versão para solista e orquestra; Malinconia da segunda Sonata para violino Solo, de E. Ysaÿe, e Posso Chorar, com André Mehmari ao piano, uma faixa bônus inédita escrita por Hermeto Pascoal nos anos 80 e dedicada a Ana quando a conheceu na estreia de sua Sinfonia em Quadrinhos – na época, a artista tocava como spalla da Orquestra Sinfônica Jovem Municipal de São Paulo. "Este registro é a realização de um sonho de liberdade, uma viagem autobiográfica...As composições instantâneas que integram este trabalho são inspiradas em momentos, memórias, sentimentos de minha vida, que foram retratadas sob forma de Música... uma catarse e um ato de coragem de me expor visceralmente", revela Ana de Oliveira. Tais sentimentos e revelações são ratificados por André Mehmari, para quem este projeto é, além de tudo, "um testemunho potente da resistência do artista brasileiro em meio ao mais desafiador cenário em tempos recentes e provavelmente de todos os tempos em alguns aspectos". Para o consagrado produtor, compositor, arranjador, pianista e multi-instrumentista, a artista não se esquiva e "empunha corajosamente seu arco e lança a flecha sonora certeira na direção do ouvinte apto a viajar com ela por veredas que vão muito além do conforto estético e formal: a fascinante imperfeição do ser humano em constante estado de mutação".
CD / CLAUDIO SANTORO – OBRA COMPLETA PARA VIOLINO & PIANO
Emmanuele Baldini – violino
Alessandro Santoro – piano
Lançamento Selo Sesc
Disponível nas principais plataformas de streaming e no Sesc Digital. Clique aqui
O compositor e violinista Claudio Santoro (1919-1989) foi um dos grandes autores brasileiros da música de concerto. Exímio compositor de quatorze sinfonias, uma ópera, inúmeras obras orquestrais, concertos, quartetos e obras de câmara, Santoro deixou um imenso legado repleto de embates estéticos, filosóficos e políticos. Esse álbum duplo traz 24 faixas, incluindo quatro inéditas, sendo a primeira gravação da obra integral para violino e piano.
Emmanuele Baldini, violinista italiano radicado no Brasil e spalla da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), e Alessandro Santoro, pianista formado no conservatório de Moscou e responsável pelo acervo do compositor, seu pai, revelam neste projeto o mundo estético e artístico do fundador da Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, atualmente Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. A gravação inclui a integral das cinco Sonatas para violino e piano – reunidas no disco um – que abrangem duas importantes fases de criação do amazonense, o dodecafonismo dos anos 1940 e o nacionalismo dos anos 1950, bem como o registro de quatro obras inéditas, incluindo uma nova Sonata – no disco dois.
Entre as descobertas, ganham destaque Sicilienne op. 1 e op. 4, escritas respectivamente em junho e setembro de 1937, quando Santoro tinha apenas 17 anos de idade e consideradas suas primeiras obras. Esse trabalho inclui ainda, Elegia II, datada de 1986 e até então não publicada, que representa o último período de criação do compositor, e os dois movimentos da Sonata 1939 (Allegro e Andante).
“Conviver com a música para violino e piano de Claudio Santoro foi, para mim, como ter encontrado um grande compositor e tê-lo deixado, ao final do processo, com a sensação de que tive um privilégio absoluto. Em explorar as diversas facetas de sua arte, em traduzir musicalmente seus segredos, e ainda mais, privilégio em fazê-lo em companhia de seu filho Alessandro. De fato, hoje me sinto como se Claudio Santoro tivesse sido um meu grande amigo, mesmo sem nunca tê-lo encontrado”, destaca Emmanuele Baldini.
Tanto para Emmanuele quanto para Alessandro, se lhes colocassem o desafio de eleger uma única obra do disco, ambos são unânimes ao indicarem a Sonata nº 3: Bien Rythmé. Uma música cativante em forma de sonata tradicional, com as notas obstinadas apresentadas pelo violino ao início da obra. Escrita entre 1947 e 1948 quando Santoro morava em Paris, trata-se de uma peça muito emblemática, por representar um momento de transição estilística do compositor, entre o dodecafonismo e o nacionalismo.
O pianista e cravista Alessandro Santoro destaca que, mesmo após tantos anos debruçado sobre a obra de seu pai, seja editando, analisando, ouvindo ou executando sua música, só agora, com a gravação dessa integral é que compreendeu o tamanho e a complexidade deste ciclo. “O que torna para mim absolutamente excepcional, é que Santoro, mesmo violinista prodígio e profundo conhecedor dos mistérios deste instrumento, soube como ninguém traduzir isso em obras com uma riqueza de cores e afetos muito singulares. Foi um privilégio poder conhecer, gravar e descobrir estas incríveis obras de meu pai ao lado do grande violinista Emmanuele Baldini. Espero que gostem!”, afirma.
Por enquanto disponível apenas em formato digital (o CD físico está planejado para o fins de 2021), essa gravação promete ser um dos destaques musicais do ano – pelo ineditismo, a complexidade, porém beleza da música e, principalmente, pelo alto nível de interpretação.
CD / BEETHOVEN FOR GUITAR
Daniel Wolff – violão
Lançamento independente
Disponível. Youtube | Spotify | Apple Music | Deezer
No ano da comemoração dos 250 anos de nascimento de Beethoven, são inúmeras as homenagens e gravações novas celebrando a música do grande compositor. Esse lançamento, interessantíssimo, uma ideia original do violonista Daniel Wolff, apresenta uma seleção de obras transcritas para o instrumento. São arranjos inéditos, vários das quais nunca haviam sido tocadas anteriormente no violão. O repertório inclui sucessos como Pour Elise, a Sonata op. 49 e movimentos das Sonatas ao Luar e Patética, entre outras, além do estudo de tremolo composto por Daniel sobre o célebre Allegretto, da Sétima Sinfonia, e obras de câmara com violino, violoncelo e piano. A gravação conta com participações especiais de Olinda Allessandrini (piano), Camilo Simões (violino) e Milene Aliverti (violoncelo).
Daniel Wolff é um dos mais destacados músicos brasileiros de sua geração. Ganhou importantes concursos nacionais e internacionais de violão, atuando intensamente como concertista, compositor e arranjados, atividade pela qual recebeu um prêmio Grammy. É professor de violão da UFRGS, onde criou os cursos de Mestrado e Doutorado em Violão.
Beethoven for Guitar foi realizado em co-produção com o Programa de Pós-Graduação em Música da UFRGS, integrando a série Música em Performance.
CD / MAURO BRUCOLI VIOLONCELO SOLO
Mauro Brucoli – violoncelo
Lançamento independente
Disponível. Clique aqui
Mauro Brucoli exerce intensa carreira como intérprete e professor no Brasil. Atualmente é violoncelista do Aulustrio e Primeiro violoncelo da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.
Iniciou seus estudos de violoncelo com sua mãe, a violoncelista Maria Cecília Lombardi Brucoli e mais tarde com o Prof. Sigmund Kubala com quem concluiu a sua graduação. Estudou também com o renomado violoncelista brasileiro Antonio Lauro Del Claro.
No CD estão incluídas a Suíte para violoncelo solo nº 1 op. 72 do britânico Benjamin Britten(1913-1976), com 9 movimentos e a Sonata para violoncelo solo op. 8 do húngaro Zoltán Kodály (1882-1967) com 3 movimentos. São obras que Brucoli ouvia desde jovem e que sempre quis gravar. Ambas as obras foram inspiradas, tanto na forma como no estilo, nas Suítes de Johann Sebastian Bach, mas contêm as influências das épocas de seus autores. Como ele mesmo afirma: "No conjunto, pretendi oferecer aos ouvintes, a partir de duas primorosas composições para violoncelo do século XX, a elevada experiência de transitar pela atemporalidade da obra de Johann Sebastian Bach."
CD / PSALLO TRIO
Josani Pimenta – canto
Eduardo Minczuk – trompa
Marcelo Pimenta – piano
Lançamento independente
Disponível. Clique aqui.
Josani Pimenta (cantora), Eduardo Minczuk (trompista) e Marcelo Pimenta (pianista) acabam de lançar o CD Psallo Trio, gravado e mixado por Uli Schneider, em dezembro de 2018, no palco da Sala São Paulo. No repertório, obras contemporâneas recentes do brasileiro Danilo Guanais; dos norte-americanos Ryan O'Connell e Daniel Baldwin, além de duas obras icônicas para essa formação de Franz Schubert (Auf dem Strom) e Richard Strauss (Alphorn).
A amizade de duas crianças foi o ponta pé desta parceria inusitada e exótica entre a voz, a trompa e o piano. Os filhos dos casais Ângela/Eduardo e Josani/Marcelo estudavam juntos na mesma escola e, depois de muitas tardes de brincadeiras, as duas famílias descobriram uma paixão em comum: a música!
Em abril de 2017, o Trio juntou-se pela primeira vez para apresentar a peça Auf dem Strom (F. Schubert & L. Rellstab) para alunos de uma escola de São Paulo, com o objetivo de divulgar a música erudita e falar sobre a profissão de músico.
Desde esse primeiro encontro, a parceria não parou mais. Encontros, conversas, ensaios, estudo de repertório e adaptação de obras para esta formação tornaram-se parte especial da vida dessas duas famílias.
Sobre o nome: Psallo, do grego, originalmente tanger um instrumento musical. A posteriori, cantar, gerar melodias. Psallo Trio: voz, trompa e piano a cantar, a celebrar! Esse é o primeiro CD do grupo.
CD / FUTURA
Obras para piano
Corciolli – compositor e teclados
Emmanuele Baldini – violino
Lançamento Azul Music
Disponível. Clique aqui
Do casual encontro dos músicos no início de 2019, surgiu a ideia de produzir um álbum que apresentasse composições autorais e releituras para algumas peças do repertório clássico. Corciolli, compositor e tecladista, nascido em São Paulo, vem desenvolvendo uma sólida discografia e produzindo importantes projetos, incluindo trilhas sonoras para cinema. Já Emmanuele Baldini é spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) desde 2005, fundador do quarteto de cordas da Osesp, trilhando uma renomada carreira como diretor musical, educador, regente e solista convidado de diversas orquestras em todo o mundo. Esse trabalho apresenta doze composições, sendo nove de autoria de Corciolli e três releituras de peças eruditas: Recuerdos de la Alhambra, de Francisco Tárrega; Una furtiva lagrima, da ópera L´elisir d´amore, de Donizetti e o segundo movimento Adagio cantabile da Sonata para piano, Patética, de Beethoven.
O álbum expande fronteiras ao integrar diferentes mundos e percepções, mas, essencialmente, confirma a vocação natural dos artistas, que sempre buscaram em suas trajetórias, desafios e novas perspectivas criativas. Os diálogos entre o violino e o piano, somados às texturas dos sintetizadores eletrônicos, se encontram nas diferenças, nos contrastes de som e silêncio.
CD / NO FRONTIERS
Chrystian Dozza – violão
Lançamento Tratore
Disponível. Clique aqui.
O título escolhido pelo violonista Chrystian Dozza para seu novo disco autoral não poderia ser mais significativo. Ele fala da ausência de fronteiras na criação musical, mas também da liberdade do intérprete e do criador no modo como articula seu próprio mundo interior com as influências que tem à volta. Northeast Skies, por exemplo, que abre o álbum, foi dedicado ao Duo Assad e inspirado na música de Paulo Bellinati e Marco Pereira; Prelydian and Maracafugue foi escrito para o Trio Opus 12, que Dozza forma com Paulo Porto Alegre e Daniel Murray; On a Theme from Gismonti nasce da atuação de Dozza no Quarteto Quaternaglia e no trabalho do grupo na obra de Gismonti. São peças de originalidade marcante, às quais se somam Ginastera's Dream, homenagem a Alberto Ginastera ou a única peça não escrita por Dozza, Fantasia para violão e orquestra, de Alexandre Guerra, estreada pelo violonista. O disco propõe, assim, um caminho pela sensibilidade de um artista, mas também pela própria riqueza da música brasileira para violão – em suas múltiplas e fascinantes formas.
CD / LIBERA ME
Raiff Dantas Barreto – violoncelo
Lançamento Azul Music
Disponível. Clique aqui
Esse álbum é mais do que uma coleção de obras clássicas, executadas pelo violoncelista Raïff Dantas Barreto. É, também, uma seleção das peças mais estimadas pelo músico, especialmente arranjadas para grupo de violoncelos, resultando em interpretações íntimas e únicas de obras que ele sempre admirou.
O processo de concepção e realização do álbum foi longo, resultado de uma extensa carreira e de uma profunda relação com a música: ao criar e escrever todos os arranjos e interpretá-los em diversas vozes ao violoncelo, Dantas Barreto visitou lembranças e momentos dos seus anos atuando na Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo, e mais além, resgatou memórias de sua infância, quando escutava Beethoven e outros compositores clássicos, com seu pai. O repertório inclui arranjos para a Abertura Egmont, de Beethoven; Meditação, da ópera Thais, de Massenet; Intermezzo, da ópera Cavalleria rusticana, de Mascagni; entre outras. Uma verdadeira descoberta.
CD / HEITOR VILLA-LOBOS
Obras para piano
Flavio Varani – piano
Lançamento Azur Classics
Disponível nas plataformas de streaming
A obra para piano de Villa-Lobos é um dos grandes patrimônios da música brasileira e testemunho do modo como o instrumento foi central dentro do repertório não apenas do compositor mas do país. E, vista por meio do diálogo entre peças, torna-se também símbolo do caminho percorrido pelo compositor. É esse o trajeto que o pianista brasileiro, radicado há décadas nos Estados Unidos, Flavio Varani percorre neste novo disco, para o qual selecionou quatro criações marcantes. As Danças características africanas foram escritas em 1914, sendo testemunho inicial da busca de Villa-Lobos por se distanciar dos moldes da música europeia; o Choros nº 1, dos anos 1920, representou o embrião do ciclo que definiria o autor, para muitos sua principal criação; e o Ciclo brasileiro e as Bachianas brasileiras, ambos dos anos 1930, se mostraram afirmações artísticas de um autor maduro. No entanto, a leitura que Varani, que foi aluno de Magda Tagliaferro, que por sua vez teve contato próximo com Villa-Lobos, oferece das peças é tudo menos enciclopédica: suas interpretações estão repletas de energia e lirismo, às voltas com as ricas facetas de um compositor capaz de trabalhar tanto nuances quanto grandes arcos.
CD / MENDELSSOHN
Concerto para piano nº 1 – Concerto duplo
Ivo Stankov – violino
Lachezar Stankov – piano
Royal Philharmonic Orchestra
Linus Lerner – regente
Lançamento Meridian. Disponível nas plataformas de streaming
Felix Mendelssohn foi figura central na música do século XIX. De um lado, ajudou a divulgar a obra de autores como Bach e de compositores de seu tempo; de outro, deixou uma obra diversificada, da qual conhecemos as sinfonias e o Concerto para violino, pilares do repertório. Há outras obras que mereceriam também destaque: caso de seu Concerto para piano nº 1 e seu Concerto duplo, aqui interpretados por Ivo Stankov e Lachezar Stankov e a Royal Philharmonic Orchestra, comandada pelo maestro brasileiro Linus Lerner. Lerner tem atuação importante no México e nos Estados Unidos e dirige, aqui, a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte. O Concerto para piano é contemporâneo da Sinfonia italiana e teve como grandes defensores nada menos que Clara Schumann e Franz Liszt, os dois maiores pianistas da época. Já o Concerto duplo propõe um diálogo instigante entre os dois solistas e uma orquestra de cordas, em um clima intimista que Lerner recria com cuidado e sensibilidade.
CD / JARDIM NOTURNO
Canções e obras para piano de Claudio Santoro
Paulo Szot – barítono
Nahim Marun – piano
Lançamento Selo Sesc. Disponível nas plataformas de streaming
Em meio às importantes homenagens pelo centenário de Claudio Santoro, esta é, sem dúvida, uma das mais aguardadas: uma coleção de peças para piano e canções, muitas delas inéditas, garimpadas por Nahim Marun e a pesquisadora Camila Fresca nos acervos do compositor. O cancioneiro é uma faceta importante da obra de Santoro – como atestam suas canções escritas a partir de poemas de Vinicius de Moraes. Mas o CD traz, ainda, outras 18 peças do gênero, todas em primeira gravação mundial e na voz do barítono Paulo Szot, estrela de carreira internacional , que incorpora de maneira idiomática o modo como as peças trafegam entre o universo da música erudita e da popular. Tudo isso já seria suficiente para garantir a importância do disco. Mas ela é ainda maior quando nos damos conta do modo como o trabalho sugere a diversidade e a riqueza da criação de Santoro, mostrando de uma vez por todas que sua relevância para a música do século XX não pode jamais ser ignorada. Um marco histórico indiscutível.
CD / REMINISCENSES – volume 1
Clara Sverner – piano
Azul Music
Disponível. Clique aqui
Em entrevista à jornalista Luciana Medeiros publicada no Site CONCERTO, a pianista Clara Sverner explicou o conceito por trás deste novo álbum, “Reminiscências”. “Procurei reunir nove peças sentimentais, curtas, poéticas, que toco desde meus primeiros anos de carreira. A opção foi estabelecer uma atmosfera mais reflexiva, envolvente. É uma contramão necessária nos dias de hoje, corridos, superficiais. Que a música chegue a todos, abrace a todos. Que a música nos salve”, disse. A audição do álbum é de fato comovente. Nele, estão peças como Ave-Maria, de Schubert, Valsa sentimental, de Tchaikovsky, ou Prelúdio nº 15, de Chopin. E a interpretação de Sverner, aos 83 anos, mostra uma intérprete que conhece as obras de maneira íntima. O disco, assim, é prova da maturidade alcançada pela artista, mas se torna uma viagem no tempo em direção ao começo de sua carreira, como se pudéssemos conhecer de perto os primeiros passos de uma trajetória ímpar na cena musical brasileira.
CD / TEMPO BREVE QUE PASSASTE
Modinhas brasileiras
Marília Vargas – soprano
Independente
Disponível em streaming.
A soprano Marília Vargas relança “Tempo Breve que Passaste” ao lado de Ricardo Kanji (flautas e direção musical), Rosana Lanzelotte (pianoforte), Maria Alice Brandão (violoncelo barroco) e Guilherme de Camargo (guitarra portuguesa e viola de arame). No repertório, modinhas brasileiras dos séculos XVIII e XIX, e cantigas de Cândido Ignácio da Silva, Domingos Schiopetta e Raphael Coelho Machado - retiradas do Cancioneiro de Músicas Populares, de César das Neves.
CD / TEMPO
Todo amor desta terra
Canções paranaenses
Marília Vargas – soprano
Ben Hur Cionek – piano
Independente
Disponível em streaming.
A intensa pesquisa de repertório, feita por Paulo José da Costa, reúne raridades que vão desde o final do século XIX até início do século XXI. Lançado originalmente em CD, o repertório contempla obras de Bento Mussurunga, Pe. José Penalva e Henrique de Curitiba, incluindo a peça Seis poemas, com letra de Helena Kolody.
LIVRO / TRATADOS E MÉTODOS DE TECLADO
Tratados de teclado escolhidos
Obras de Sancta Maria, Frescobaldi, F. Couperin e J. Ph. Rameau
Coordenação: Marcelo Fagerlande
Tradução: Ana Cecilia Tavares, Clara Albuquerque, Marcelo Fagerlande, Maria Aida Barroso, Mayra Pereira
Versão digital. Download gratuito. Clique aqui.
A publicação contém as traduções das obras destes autores – consideradas referências no estudo teórico e prático do assunto -, e que constituem as primeiras indicações impressas sobre técnica de teclado. Como sublinha Fagerlande, elas “são algumas das mais importantes referências para nosso instrumento e o fato de as disponibilizarmos em língua portuguesa poderá ajudar aos muitos alunos e estudiosos do cravo que tem crescido nos últimos anos no Brasil, tanto pelo surgimento de novos cursos como pela consolidação dos já existentes”. Foi incluído um texto introdutório sobre os tratados e seus autores, contextualizando sua importância para o atual estudo da técnica de teclado. Eles abordam primordialmente o cravo e o órgão - interessando diretamente a seus intérpretes -, mas o seu conhecimento poderá ser igualmente útil a pianistas e a outros estudiosos dos instrumentos de teclado.
LIVRO / EUNICE KATUNDA – MUSICISTA BRASILEIRA
Carlos Kater
Edição português / inglês. 458 páginas, com ilustrações
Livro em PDF. Clique aqui.
Reedição expandida e bilíngue. Com textos e documentos inéditos provenientes do acervo pessoal de Eunice Katunda (1915-1990) e não apresentados na edição original de 2001. Além do esboço biográfico da artista, com seu percurso profissional e de vida, e o único catálogo produzido de suas obras, a nova edição conta com uma cronologia de Eunice Katunda traçando um paralelo com os principais acontecimentos no Brasil e no mundo, bem como com mais dois textos de sua autoria, até então inéditos. Busca-se nesse trabalho situar Eunice Katunda no lugar que mercê no panorama musical brasileiro moderno, de forma original, informativa, ilustrada e num estilo ágil e agradável de escrita.
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Comentários
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Olá boa tarde! Bem recente…
Olá boa tarde!
Bem recente essa minha descoberta
(Revista Concerto), tô adorando tomar conhecimento da produção efervescentede da música de concerto aqui no Brasil.
Ter essa plataforma editorial - "Concerto" - como escoamento dessa carpintaria musical que abrange desde pesquisas no campo da estética teórica e técnica para uma fruição racional e sensível do leitor/ouvinte dentro de um nicho que tem o seu campo de atividades tão pouco autopsiado pelas lupas mediáticas foi de extrema importância esse achado pra mim, que sou insciente e estou a margem desta linguagem. Parabéns ao fuste editorial da Revista Concerto, pelo olhar de curadoria panorâmica e diversificada dando-nos uma cornucópia coroada de texturas e sinergias de logos musical.