Será realizado entre os dias 7 e 11 de novembro o 4º Simpósio de Bandas da Funarte e da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com programação intensa de debates e apresentações. A agenda completa pode ser acessada aqui.
A realização é do programa Arte de Toda Gente, coordenado por Marcelo Jardim, onde está alojado o Sistema Pedagógico de Apoio à Banda de Música. Os eventos e encontros acontecem na própria escola, na Rua do Passeio, 98, centro do Rio.
“Vejo a banda como o local no qual o ser humano consegue fazer arte junto, consegue estabelecer um trato social forte”, pondera Jardim, que é professor de Regência de Banda e Prática de Orquestra da Escola de Música da UFRJ. “Tanto nas cidades do interior como nos grandes centros, a banda de música é um contato direto com a cultura, tanto dos componentes como das famílias e comunidades. Mas, no interior do Brasil, as bandas ainda são as grandes fomentadoras de arte e cultura, de uma forma vibrante.”
O simpósio apresenta, diz o professor, precisamente essa amplitude da atividade das bandas, tanto musical quanto socialmente. “E, principalmente, valorizando, através do repertório e das bandas convidadas, essa situação”, prossegue ele. “Nós temos, talvez, uma das mais importantes diversidades de estilos musicais para a formação no mundo.”
Os encontros recebem profissionais, especialistas e pesquisadores de todo o país. Há oficinas instrumentais, debates sobre a importância das bandas miliares, sobre os compositores para a formação, os gêneros (“O nosso dobrado, o nosso maxixe, o choro... O choro nasce dentro da banda, com os músicos que são os primeiros chorões”, lembra Jardim); estão programadas apresentações de grupos de sopros e formações de todos os tamanhos. “Procuramos trazer, de todo o Brasil, desde a banda sinfônica e a orquestra de sopros até a banda de música que toca na praça aquele repertório mais popular.”
De fato, Marcelo Jardim vê o espaço como um epítome da democracia: “As bandas acolhem, recebem pessoas de todas as faixas etárias, crenças, etnias; são um espaço democrático por natureza. E a banda sempre se posicionou muito à frente do seu tempo em relação à igualdade, entre gêneros, classe econômica, escolaridade”, explica.
Nesse encontro, o destaque vai para os processos artísticos-pedagógicos utilizando as novas tecnologias, desde o que Jardim chama de “tecnologia humana até a inteligência artificial”. E resume: “um simpósio como este apoia justamente essa atualização, dando acesso a maestros e músicos a esses procedimentos pedagógicos que podem ser utilizados para melhor formação na banda de música”.
As inscrições estarão abertas à participação do público em todas as atividades que tenham vagas (veja aqui). Os concertos têm entrada gratuita e não é necessário se inscrever.
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